Manuel António.  A sombra da capa negra do avançado- -de-fado-ao-centro

Manuel António. A sombra da capa negra do avançado- -de-fado-ao-centro


Simplesmente, Manuel António. Ou melhor: dr. Manuel António. Um daqueles nomes que a injustiça da memória faz muitas vezes esquecer. Único Bola de Prata da Académica, jogou no FC Porto e furou redes em Braga.


À décima jornada do campeonato nacional de 1969-70, a Académica recebeu e venceu o Sporting por 3-0. Dois golos de Manuel António Leitão Silva. Peço desculpa: dr. Manuel António. Antes de o jogo começar, recebeu A Bola de Prata, o prémio oferecido pelo jornal A Bola ao melhor marcador do campeonato. Vencera-o na época anterior. Com apenas 19 golos. Nunca até então tinham sido precisos tão poucos pontapés certeiros. Mas, enfim, seguiu-se-lhe Eusébio, só com 20.

Manuel António é nome estranho para meter medo a defesas adversárias. Dá aquele toque camarada de quem se pode cumprimentar com um palmadinha no ombro e avisar, bonacheirão: “Ouve lá, hoje não nos dês muitas chatices…”

Mas Manuel António dava chatices. Criava borborigmos no estômago dos defesas que se lhe opunham. Costas largas, disposto a tudo. Não se lhe viam sorrisos quando afivelava o ar façanhudo de quem tem uma tarefa a cumprir. Essa tarefa era o golo.

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