Trânsito. Menos carros nas estradas portuguesas devido à covid-19

Trânsito. Menos carros nas estradas portuguesas devido à covid-19


Medidas impostas pelo Governo, aulas suspensas e teletrabalho são alguns dos motivos que têm deixado as estradas portuguesas mais vazias, explica análise da TomTom.


Umas vezes mais, outras menos. Mas desde que o estado de emergência foi declarado em Portugal devido à pandemia de covid-19, a realidade é esta: as estradas portuguesas estão mais vazias, há menos carros e, consequentemente, menos trânsito. Os dados são da TomTom que explica as principais causas para a redução de carros nas estradas do país nos últimos meses: “Os níveis de trânsito desde que foi imposto o Estado de Emergência em Portugal são significativamente mais baixos do que no mesmo período do ano passado. A suspensão das aulas e a promoção do teletrabalho diminuiu as deslocações nas cidades”. A Tom Tom compara ainda o trânsito na semana entre 6 a 14 de abril desde ano e a mesma semana do ano passado e os valores (como é possível ver nos gráficos ao lado) não deixam margem para dúvidas: as estradas portuguesas registaram uma queda abrupta no trânsito.

Desde 6 a 14 de abril, os dias com menos trânsito foram registados no sábado e domingo de Páscoa, o que pode estar relacionado com as restrições de circulação impostas pelo Governo. No entanto, não foram estes dias que registaram uma redução maior, uma vez que já em período homólogo, estes tinham sido os dois dias com menos carros nas estradas.

A maior diferença nesta semana foi registada em Lisboa, no dia 10 de abril, onde o máximo do nível médio de congestionamento em 2019 era de cerca de 80%. No mesmo dia, este ano, registava menos de 10%.

Mas num país em mudança, as alterações ao trânsito não foram apenas verificadas em Lisboa. Também o Porto regista, segundo a análise da TomTom, quebras abruptas no que diz respeito ao trânsito e também na Invicta é o dia 10 de abril a registar a alteração mais significativa.

A TomTom analisa ainda as cidades de Coimbra, Braga e Funchal. Apesar de o tráfego habitual ser menor que em Lisboa e Porto, também estas três cidades portuguesas mostram uma diferença do número de carros na estrada durante a semana em análise. Curiosamente, nestas cidades também o dia 10 de março foi o que ficou marcado pela maior diferença de tráfego de um ano para o outro.

 

Horas de ponta mais ‘leves’

Onde a redução de tráfego é mais reduzida é nas chamadas horas de ponta, ao início da manhã e ao final do dia. Segundo os dados da TomTom é também no feriado de 10 de abril, Sexta-feira Santa, que as discrepâncias são maiores. A título de exemplo, nesse dia, na cidade de Lisboa, o máximo do nível médio de congestionamento era de 38% em 2019 às 18h00 . Este ano era de apenas 1%.

No entanto, apesar de as grandes reduções de trânsito terem sido registadas no fim de semana de Páscoa, nos dias seguintes os carros voltam à estrada e as diferenças são bem menores.

 

Semanas anteriores

Ainda assim, não foi apenas na semana da Páscoa que as estradas portuguesas viram ‘algum descanso’. As medidas impostas pelo Governo têm sido cumpridas por alguns portugueses e, dados da TomTom mostram que a quebra de tráfego acontece pelo menos desde 16 de março e de forma significativa.

“Se por uma lado é verdade que é uma grande redução, não é tão acentuada como seria de esperar, sendo que é possível notar que o trânsito continua a não ser totalmente fluido nalgumas alturas do dia. A percentagem diz respeito à quantidade de tempo adicional que os condutores passam no trânsito em relação a um período sem trânsito”, justifica a TomTom.

A TomTom possibilita também a hipótese de verificar o trânsito em tempo real. Na altura em que escrevemos este texto (ontem, domingo, 15h20), Lisboa não apresenta qualquer trânsito, uma redução de 16% face a igual momento do ano anterior.