Não. Tirania não é uma palavra forte. Nem deslocada. Não acreditam? Vejam este absurdo exagero: desde o início do campeonato nacional, em 1934-35, só em 1966-67 é que uma equipa fora do grupo dos, então, quatro grandes (Benfica, Sporting, FC Porto e Belenenses) conseguiu ficar num dos dois primeiros lugares do campeonato: a Académica de Coimbra, pioneira de uma aventura que agora entornamos pela brancura destas páginas. Três épocas mais tarde, o Vitória de Setúbal repetiria a proeza, mas essa é história para outra altura.
O dia 12 de março de 1967 foi um dos mais intensos jamais vividos em Coimbra. Há quem garanta que o Estádio Municipal suportou cerca de 43 mil pessoas. Venderam-se 33 mil bilhetes, mas os sócios da Académica não pagavam. E os portugueses são mestres borlistas. Jornada 19. O Benfica é o visitante. Os jornais não fogem ao lugar-comum: “Jogo do título!” Artur Jorge, que seria o segundo melhor marcador do campeonato, atrás de Eusébio, galhofava: “Mas que jogo de título, qual quê! Amanhã tenho um exame de Alemão. Não brinquem com a gente”.
Pois, pois, Artur. Mas que dizer se, a sete jornadas do fim, o Benfica ia a Coimbra de aflitos, com apenas dois pontos de avanço?
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