O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de 55 anos, finalmente saiu do hospital, este domingo, após ter contraído o novo coronavírus. “O Serviço Nacional de Saúde salvou a minha vida”, assegurou o primeiro-ministro, notando que “podia ter corrido bem ou mal”. Na equipa que o tratou, salientou os esforços de dois médicos estrangeiros, Luís Pitarna, um português de 29 anos, e uma colega neozelandesa. Ficaram à cabeceira de Johnson durante as 48 horas mais críticas. Mas os momentos mais críticos para o Reino Unido estão para chegar – receia-se que se torne “um dos países mais afetados, se não o mais afetado da Europa”, devido à pandemia.
O aviso partiu de um dos principais conselheiros científicos do Governo britânico, Jeremy Farrar, que falou ontem à BBC. Nesse mesmo dia, o Reino Unido ultrapassou as 10 mil mortes, com mais de 84 mil casos registados. Mas poderá ser apenas o início, caso os avisos de Farrar estejam certos: já há quase 20 mil mortos em Itália e mais de 166 mil infeções registadas em Espanha.
Entretanto, na Alemanha, o número de casos registados aumentou a olhos vistos – já são mais de 126 mil – mas o número de mortos mantém-se abaixo dos 3 mil. O segredo parece ser “testar, testar, testar”, como recomendou a Organização Mundial de Saúde – algo que o Governo britânico não cumpriu nos primeiros momentos da pandemia. Para Farrar, não há dúvidas que “há lições a aprender” com a Alemanha. Agora, o Governo de Johnson quer conseguir testar 100 mil pessoas por dia, em finais de abril. Mas muitos perguntam-se se não será tarde demais.
Um herói português Entretanto, após a saída de Johnson do hospital de St. Thomas, em Londres, multiplicam-se os elogios aos heróis responsáveis por isso, entre eles Luís Pitarna, natural de Aveiro, formado na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL). O enfermeiro, que trabalha desde 2016 no Reino Unido, recebeu os parabéns do próprio Presidente português.