A compra de tabaco disparou antes da declaração do estado de emergência. A garantia é dada ao i por João Pedro Lopes, corporate affairs da Imperial Tobacco. Mas dá uma explicação: “Numa fase inicial assistimos a uma espécie de açambarcamento porque tinham receio de não conseguir comprar tabaco nos dias seguintes”.
A este fator há que acrescentar ainda o fecho de cerca de 52 mil postos de venda, sobretudo cafés, aumentando assim o receio, por parte dos fumadores, de não conseguirem comprar tabaco.
A situação, ao que o i apurou, levou muitos grossistas a transferir esse tabaco, nomeadamente das máquinas de cafés, para outros pontos de venda que continuam abertos, como é o caso de hipermercados, papelarias e quiosques.
Mas, depois desta fase de “açambarcamento”, a venda de tabaco está atualmente a normalizar. Ainda assim, nas primeiras semanas após ter sido decretado o estado de emergência assistiu-se, segundo João Pedro Lopes, a uma quebra de vendas na ordem dos 5 a 7%. “Presumimos que os armazéns tiraram dos tais 52 mil pontos de venda e redistribuíram pelos quiosques e papelarias que estão a funcionar em pleno”, diz ao i.
O responsável reconhece, no entanto, que a ação do Governo neste setor evitou, segundo o mesmo, uma “pandemia” de contrabandistas. “Independentemente das vendas, que nesta fase são o que menos nos preocupa, estamos preocupados em permitir que economia não se afunde”, disse, acrescentando que é necessário “reconhecer a importância cirúrgica do secretário do Estado dos Assuntos Fiscais e das associações de consumidores que, fruto de um pacote de medidas neste setor, bloquearam as tentações de crescimento do contrabando”.
Caso contrário, de acordo com João Pedro Lopes, “teria sido um flagelo irremediável se as pessoas tivessem de comprar tabaco na internet e vendido no contrabando”. E não deixa margem para dúvidas: “Queremos a funcionar a nossa economia, mas não a paralela”, conclui ao i.