Os melhores concertos que pode ver em casa

Os melhores concertos que pode ver em casa


Um dos primeiros setores a serem afetados pela pandemia da covid-19 foi a indústria dos espetáculos ao vivo. Centenas de concertos cancelados deixaram fãs de música desesperados para sentirem as vibrações das colunas nos seus corpos. Agora, enquanto estão em casa, deixamos uma variedade de sugestões, de Johnny Cash aos Daft Punk, para alguns concertos…


Johnny Cash Live At Folsom Prison (1968)

Depois de anos a enfrentar problemas com o consumo de drogas e diversos flops musicais, o Man in Black decidiu, em 1967, que estava na altura de dar uma volta à sua vida e carreira. No ano seguinte, o músico acabou por fazer um concerto na Prisão de Folsom, local onde queria atuar desde 1955, ano em que lançou Folsom Prison Blues – um dos lançamentos mais bem-sucedidos do músico que, ao mesmo tempo, lançou uma importante mensagem. Um guarda entregou a Cash um copo de água onde se notava claramente a sujidade, ao que o músico aproveitou para comentar as condições degradantes em que viviam os prisioneiros.

Jefferson Airplane no Festival de Woodstock (1969)

“Vocês já viram os grupos pesados, agora preparem-se para música maníaca matinal”, foi assim que Grace Slick, vocalista dos Jefferson Airplane, uma das bandas mais icónicas do movimento psicadélico dos anos 1960, introduziu a sua banda, às oito da manhã, para os hippies que ainda estavam acordados. Foi um dos concertos mais icónicos do Festival de Woodstock, que incluiu uma rendição de 20 minutos da música Wooden Ships, dos Crosby, Stills & Nash.

Pink Floyd: Live at Pompeii (1972)

O conceito para este concerto-documentário, gravado nas ruínas de Pompeia, foi idealizado pelo realizador Adrian Maben. Durante uma viagem a Itália, perdeu o passaporte e teve de regressar às ruínas para o procurar. Ao aperceber-se do silêncio criado pelo anfiteatro, Maben pensou que este seria o local ideal para o grupo gravar um concerto. O seu objetivo era criar uma resposta a documentários como Gimme Shelter, dos Rolling Stones, ou Woodstock, em que existe um foco igualmente importante para a banda e para os fãs. 

Led Zeppelin: The Song Remains the Same (1976)

O conjunto formado por Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham surge neste registo como uma banda no topo do mundo e na sua melhor forma. Em tempos, os Led Zeppelin foram considerados a maior banda do mundo devido aos seus concertos imprevisíveis e magnânimos e, apesar de alguns membros terem argumentado que esta não é a melhor representação ao vivo da banda, neste filme podemos comprovar porque é que os ingleses são ainda hoje louvados como deuses da música.

Neil Young e Crazy Horse: Live Rust (1978)

"Quando o Neil toca com os Crazy Horse, ele vai para este sítio profundo e intenso dentro dele. Torna-se Neil Young, o verdadeiro Neil Young”, explicou Ralph Molina, baterista dos Crazy Horse, banda que durante anos tem acompanhado Neil Young. As músicas de Live Rust são uma compilação de diversos concertos que fez em 1978. Estes dividiam-se numa primeira parte acústica e frágil, e uma segunda em que os Crazy Horse se juntam ao músico para soltar a loucura conferida pelos instrumentos elétricos.

Talking Heads: Stop Making Sense (1984)

Realizado por Jonathan Demme (Silêncio dos Inocentes, Filadélfia), este é um dos concertos-documentários mais icónicos de sempre, onde é captada a genialidade e originalidade da banda fundada e liderada por David Byrne. Nesta tour, a banda passou a atuar com nove membros e, para além da sua música, uma mistura única de funk com post-punk e outros elementos singulares, era prestada uma grande atenção aos números de dança e aos adereços, inspirados no mundo da arte visual.

Nirvana: Live at Reading (1992)

Esta atuação lendária no festival inglês aconteceu num contexto controverso (como era habitual na banda de Kurt Cobain). Diversos rumores diziam que, devido ao consumo excessivo de heroína, Cobain não seria capaz de entrar em palco e que aqueles eram os últimos dias da banda. No seu jeito trocista, Cobain entrou em palco numa cadeira de rodas e vestido com uma bata de hospital. O que fica para a história é o registo que mostra como os Nirvana foram uma das melhores bandas ao vivo de sempre.

Daft Punk: Festival Coachella (2006)

O concerto que revolucionou a maneira como a música eletrónica era apresentada às grandes audiências. Inovando o formato que muitas vezes se resumia a dois DJ a passar som dentro de uma cabina, Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo apresentaram-se com fatos de robôs dentro de uma pirâmide com mais de sete metros de altura que projetava luzes LED e imagens. Os concertos de eletrónica nunca mais voltaram a ser os mesmos.

Kanye West e Jay Z em Paris (2012)

Poucos foram os músicos que contribuíram mais para tornar o hip-hop o estilo musical mais ouvido do momento como Kanye West e Jay Z. Em 2012, os dois músicos foram a Paris apresentar Watch the Throne, álbum que fizeram em conjunto. Aqui propuseram bater o recorde mundial de uma música mais vezes tocada no mesmo concerto. Niggas in Paris foi interpretada um total de 12 vezes, durante 50 minutos. Este momento pode ser encontrado na íntegra no YouTube.

10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, de José Cid, ao vivo (2015)

Em 2014, o músico natural da Chamusca decidiu revisitar o seu álbum de culto de 1978, 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, álbum conceptual sobre um casal que foge da Terra para o espaço. É considerado pelo site ProgArchives como um dos melhores álbuns de rock progressivo de sempre. No ano seguinte, José Cid editou esta atuação em vinil.