A hora da verdade


É lapidar o embaraço envergonhado que tantos têm ou começam agora a ter pelo facto de, militantemente, terem achado que isto seria apenas “uma gripe sem importância” e que não se deveria dar confiança nenhuma a “medos e alarmismos” e que nada justificava esse tipo de receios alimentados pelos “profetas das desgraças” do costume


"Há verdades que parecem mentiras", diz muitas vezes na "sacanagem" um grande amigo meu.

Nada de mais verdadeiro e sensato. Sobretudo por estes dias – nestes primeiros 90 dias – do novo ano de 2020… A cada novo dia que passa, maior parece ser a vontade de cada vez mais gente acreditar estar a viver uma "mentira", como se de repente nos tivéssemos transformado numa espécie de figurantes não contratados mas obrigados, à revelia, a participar num filme de ficção científica apocalíptico, mas que é, afinal, a mais pura de todas as verdades. Verdade verdadeira e insofismável, para a qual ninguém, ou quase, quis até há tão poucos dias acreditar sequer que fosse possível de acontecer fora dos ecrãs dos cinemas e do mundo da fantasia e do entretenimento.

É lapidar o embaraço envergonhado que tantos têm ou começam agora a ter pelo facto de, militantemente, terem achado que isto seria apenas "uma gripe sem importância" e que não se deveria dar confiança nenhuma a "medos e alarmismos" e que nada justificava esse tipo de receios alimentados pelos "profetas das desgraças" do costume.

É absolutamente brutal cada nova actualização mundial do 'dashboard' criado para a contabilização dos estragos provocados pelo insidioso e invisível exército virulento que nos ataca e nos consome o corpo e a alma!

É duro ver governantes, por todo o planeta, a quebrarem emocionalmente – em directo – perante a tragédia e a impotência de meios disponíveis de salvamento de pessoas.

É revoltante aceitar a evidência dessa incapacidade generalizada, materializada na cruel – mas infelizmente necessária – decisão médica de quem pode ser salvo e de quem tem de ficar para trás…

É perturbador perceber, a cada novo minuto, a nossa imensa fragilidade. Uma imuno-insuficiência humana garantida. De nós todos. De todas as raças. De todos os credos. De todos os estratos sociais e económicos. Ricos. Pobres. Remediados. Indigentes. Bastando tão só alguns factores para potenciar um risco considerável de contracção da doença de forma mais violenta e perigosamente letal, como sendo, a idade avançada ou a existência de quaisquer históricos de determinadas patologias.

É sufocante percebermos, de um dia para o outro, que todos os padrões da vida humana em sociedade, são completos castelos de areia edificados à beira-mar. Uns maiores e mais sólidos que outros. Mas todos bastante frágeis perante uma manifestação imprevisível (ou talvez não) da natureza.

Mas é também bonito de ver, por outro lado, que nestes momentos há sempre mais quem queira unir do que quem queira se aproveitar da situação para retirar proveitos próprios. Sabendo nós que esses existem e existirão sempre em todas e quaisquer circunstâncias. O submundo que, em condições de normalidade social, anda subterraneamente activo, tende a emergir em momentos catastróficos como este que estamos a viver colectivamente.

É também comovente ver a capacidade de reinvenção, de entreajuda, disponibilidade e generosidade de muitos para com aqueles que mais precisam, o que só pode nos fazem sentir orgulho porque são, de facto, pessoas especiais.

E o que dizer das questões ambientais que, pelos vistos, mudam drasticamente quando drasticamente mudam os comportamentos humanos? É também uma evidência que não se poderá omitir nem esquecer, quando a normalidade regressar, ou, talvez, a nova normalidade surgir…

É assim que combatemos hoje aquela que é a maior ameaça à humanidade da nossa era. Muitos de nós fazemo-lo em casa – não cobardemente mas antes estoicamente – sendo que outros, muitos, têm de ir para fora desse perímetro que é de segurança (mas não infalível) para que nada de essencial nos falte neste tempo de combate e resiliência ainda sem fim à vista, nem tão pouco com uma previsão evolutiva da pandemia minimamente fidedigna.

Face a tudo isto e ao impacto brutal que isto tudo vai ter, com toda a certeza, na economia mundial, europeia e, naturalmente, na nossa economia nacional e lusitana, não consigo vislumbrar outra qualquer razão mais forte do que esta, com excepção de uma guerra efectiva de conflito militar, para ver o meu país ser exemplar na forma como politicamente irá tratar de tudo isto. E não me refiro apenas ao ‘day after’ covid-19, mas sim, desde já e particularmente, no combate ao dito, aliás, maldito coronavírus.

O país precisará de uma forte estabilidade política e governativa para toda a restante legislatura e uma base alargadíssima de apoio que só se pode consumar por um governo de inequívoca união solidária que tenha como objectivo a reconstrução democrática de Portugal!

Qualquer solução a esse respeito terá o meu total e incondicional apoio.

Jurista         


A hora da verdade


É lapidar o embaraço envergonhado que tantos têm ou começam agora a ter pelo facto de, militantemente, terem achado que isto seria apenas "uma gripe sem importância" e que não se deveria dar confiança nenhuma a "medos e alarmismos" e que nada justificava esse tipo de receios alimentados pelos "profetas das desgraças" do costume


"Há verdades que parecem mentiras", diz muitas vezes na "sacanagem" um grande amigo meu.

Nada de mais verdadeiro e sensato. Sobretudo por estes dias – nestes primeiros 90 dias – do novo ano de 2020… A cada novo dia que passa, maior parece ser a vontade de cada vez mais gente acreditar estar a viver uma "mentira", como se de repente nos tivéssemos transformado numa espécie de figurantes não contratados mas obrigados, à revelia, a participar num filme de ficção científica apocalíptico, mas que é, afinal, a mais pura de todas as verdades. Verdade verdadeira e insofismável, para a qual ninguém, ou quase, quis até há tão poucos dias acreditar sequer que fosse possível de acontecer fora dos ecrãs dos cinemas e do mundo da fantasia e do entretenimento.

É lapidar o embaraço envergonhado que tantos têm ou começam agora a ter pelo facto de, militantemente, terem achado que isto seria apenas "uma gripe sem importância" e que não se deveria dar confiança nenhuma a "medos e alarmismos" e que nada justificava esse tipo de receios alimentados pelos "profetas das desgraças" do costume.

É absolutamente brutal cada nova actualização mundial do 'dashboard' criado para a contabilização dos estragos provocados pelo insidioso e invisível exército virulento que nos ataca e nos consome o corpo e a alma!

É duro ver governantes, por todo o planeta, a quebrarem emocionalmente – em directo – perante a tragédia e a impotência de meios disponíveis de salvamento de pessoas.

É revoltante aceitar a evidência dessa incapacidade generalizada, materializada na cruel – mas infelizmente necessária – decisão médica de quem pode ser salvo e de quem tem de ficar para trás…

É perturbador perceber, a cada novo minuto, a nossa imensa fragilidade. Uma imuno-insuficiência humana garantida. De nós todos. De todas as raças. De todos os credos. De todos os estratos sociais e económicos. Ricos. Pobres. Remediados. Indigentes. Bastando tão só alguns factores para potenciar um risco considerável de contracção da doença de forma mais violenta e perigosamente letal, como sendo, a idade avançada ou a existência de quaisquer históricos de determinadas patologias.

É sufocante percebermos, de um dia para o outro, que todos os padrões da vida humana em sociedade, são completos castelos de areia edificados à beira-mar. Uns maiores e mais sólidos que outros. Mas todos bastante frágeis perante uma manifestação imprevisível (ou talvez não) da natureza.

Mas é também bonito de ver, por outro lado, que nestes momentos há sempre mais quem queira unir do que quem queira se aproveitar da situação para retirar proveitos próprios. Sabendo nós que esses existem e existirão sempre em todas e quaisquer circunstâncias. O submundo que, em condições de normalidade social, anda subterraneamente activo, tende a emergir em momentos catastróficos como este que estamos a viver colectivamente.

É também comovente ver a capacidade de reinvenção, de entreajuda, disponibilidade e generosidade de muitos para com aqueles que mais precisam, o que só pode nos fazem sentir orgulho porque são, de facto, pessoas especiais.

E o que dizer das questões ambientais que, pelos vistos, mudam drasticamente quando drasticamente mudam os comportamentos humanos? É também uma evidência que não se poderá omitir nem esquecer, quando a normalidade regressar, ou, talvez, a nova normalidade surgir…

É assim que combatemos hoje aquela que é a maior ameaça à humanidade da nossa era. Muitos de nós fazemo-lo em casa – não cobardemente mas antes estoicamente – sendo que outros, muitos, têm de ir para fora desse perímetro que é de segurança (mas não infalível) para que nada de essencial nos falte neste tempo de combate e resiliência ainda sem fim à vista, nem tão pouco com uma previsão evolutiva da pandemia minimamente fidedigna.

Face a tudo isto e ao impacto brutal que isto tudo vai ter, com toda a certeza, na economia mundial, europeia e, naturalmente, na nossa economia nacional e lusitana, não consigo vislumbrar outra qualquer razão mais forte do que esta, com excepção de uma guerra efectiva de conflito militar, para ver o meu país ser exemplar na forma como politicamente irá tratar de tudo isto. E não me refiro apenas ao ‘day after’ covid-19, mas sim, desde já e particularmente, no combate ao dito, aliás, maldito coronavírus.

O país precisará de uma forte estabilidade política e governativa para toda a restante legislatura e uma base alargadíssima de apoio que só se pode consumar por um governo de inequívoca união solidária que tenha como objectivo a reconstrução democrática de Portugal!

Qualquer solução a esse respeito terá o meu total e incondicional apoio.

Jurista