O fim do futebol?


COM OS CAMPEONATOS parados, temos de nos dedicar a temas mais intemporais, mais relacionados com o jogo e menos com os resultados. Aliás, não sabemos se este campeonato chegará ao fim. Com a previsão do pico da epidemia para meados de maio, será quase impossível concluir o campeonato. Assim como a Taça de Portugal.  Para lá…


COM OS CAMPEONATOS parados, temos de nos dedicar a temas mais intemporais, mais relacionados com o jogo e menos com os resultados. Aliás, não sabemos se este campeonato chegará ao fim. Com a previsão do pico da epidemia para meados de maio, será quase impossível concluir o campeonato. Assim como a Taça de Portugal. 

Para lá disso, temos de ter a noção de que o próprio futebol pode estar seriamente ameaçado. Porque ou há medidas sérias de travagem da globalização, ou este tipo de epidemias tenderá a tornar-se recorrente, inviabilizando os espetáculos com grande concentração de público.

COMO SOBREVIVERÁ o futebol em tempo de epidemia?

Deixará de haver receitas televisivas. Deixará de haver receitas de patrocínios. Deixará de haver receitas de bilhetes. Quanto aos sócios dos clubes, por enquanto continuarão a pagar as suas quotas, mas ao fim de algum tempo deixarão de pagar. Pagar para quê, se não há jogos?

Ora, como vão os clubes sobreviver sem receitas televisivas, sem receitas de patrocínios, sem receitas de bilheteira, sem receitas de quotas?

Como pagam aos jogadores? E aos treinadores? E aos restantes funcionários? Ou despedem-nos, ou rapidamente vão à falência. Sem receitas, os clubes não podem satisfazer os compromissos… 

E OS CANAIS DESPORTIVOS DE TV? Acabaram quase completamente os diretos, mesmo os de outros campeonatos. Por enquanto, vão repetindo jogos já transmitidos. Mas isso não pode durar muito tempo. Sem jogos em direto, os canais desportivos vão perder rapidamente os assinantes e dentro de muito pouco não poderão pagar aos funcionários, nem aos comentadores, nem aos fornecedores. E vão ter de fechar.

E os jornais desportivos? Obviamente, vão ter o mesmo problema. Sem matéria-prima, ficam sem razão de ser. Mesmo esta coluna está ameaçada. Durante algum tempo poderei falar de questões intemporais. Mas essas esgotam-se. No limite, como manter o interesse pelo futebol sem jogos?

O NOSSO DE MODO DE VIDA está ameaçado. Muita coisa vai ter de mudar. Mas o futebol é particularmente vulnerável a fenómenos como este, por várias razões:

1 – Porque vive de grandes multidões nos estádios;

2 – Porque vive em boa parte das transmissões televisivas, que estão suspensas;

3 – Porque vive também de patrocínios, que deixam de ter razões de ser;

4 – Porque vive ainda de quotizações, que tendem a acabar;

5 – Finalmente, porque precisa de muito dinheiro para sobreviver; não é compatível com pequenas receitas e modestos orçamentos. 

E tudo aquilo que gira à volta deste – até hoje – gigantesco negócio está ameaçado. As transferências milionárias de jogadores; os ordenados fabulosos; os canais de desporto; os jornais desportivos; os empresários; as mulheres dos futebolistas rodeadas de luxos. Todo este mundo está em risco. E pode ruir muito rapidamente.

O fim do futebol?


COM OS CAMPEONATOS parados, temos de nos dedicar a temas mais intemporais, mais relacionados com o jogo e menos com os resultados. Aliás, não sabemos se este campeonato chegará ao fim. Com a previsão do pico da epidemia para meados de maio, será quase impossível concluir o campeonato. Assim como a Taça de Portugal.  Para lá…


COM OS CAMPEONATOS parados, temos de nos dedicar a temas mais intemporais, mais relacionados com o jogo e menos com os resultados. Aliás, não sabemos se este campeonato chegará ao fim. Com a previsão do pico da epidemia para meados de maio, será quase impossível concluir o campeonato. Assim como a Taça de Portugal. 

Para lá disso, temos de ter a noção de que o próprio futebol pode estar seriamente ameaçado. Porque ou há medidas sérias de travagem da globalização, ou este tipo de epidemias tenderá a tornar-se recorrente, inviabilizando os espetáculos com grande concentração de público.

COMO SOBREVIVERÁ o futebol em tempo de epidemia?

Deixará de haver receitas televisivas. Deixará de haver receitas de patrocínios. Deixará de haver receitas de bilhetes. Quanto aos sócios dos clubes, por enquanto continuarão a pagar as suas quotas, mas ao fim de algum tempo deixarão de pagar. Pagar para quê, se não há jogos?

Ora, como vão os clubes sobreviver sem receitas televisivas, sem receitas de patrocínios, sem receitas de bilheteira, sem receitas de quotas?

Como pagam aos jogadores? E aos treinadores? E aos restantes funcionários? Ou despedem-nos, ou rapidamente vão à falência. Sem receitas, os clubes não podem satisfazer os compromissos… 

E OS CANAIS DESPORTIVOS DE TV? Acabaram quase completamente os diretos, mesmo os de outros campeonatos. Por enquanto, vão repetindo jogos já transmitidos. Mas isso não pode durar muito tempo. Sem jogos em direto, os canais desportivos vão perder rapidamente os assinantes e dentro de muito pouco não poderão pagar aos funcionários, nem aos comentadores, nem aos fornecedores. E vão ter de fechar.

E os jornais desportivos? Obviamente, vão ter o mesmo problema. Sem matéria-prima, ficam sem razão de ser. Mesmo esta coluna está ameaçada. Durante algum tempo poderei falar de questões intemporais. Mas essas esgotam-se. No limite, como manter o interesse pelo futebol sem jogos?

O NOSSO DE MODO DE VIDA está ameaçado. Muita coisa vai ter de mudar. Mas o futebol é particularmente vulnerável a fenómenos como este, por várias razões:

1 – Porque vive de grandes multidões nos estádios;

2 – Porque vive em boa parte das transmissões televisivas, que estão suspensas;

3 – Porque vive também de patrocínios, que deixam de ter razões de ser;

4 – Porque vive ainda de quotizações, que tendem a acabar;

5 – Finalmente, porque precisa de muito dinheiro para sobreviver; não é compatível com pequenas receitas e modestos orçamentos. 

E tudo aquilo que gira à volta deste – até hoje – gigantesco negócio está ameaçado. As transferências milionárias de jogadores; os ordenados fabulosos; os canais de desporto; os jornais desportivos; os empresários; as mulheres dos futebolistas rodeadas de luxos. Todo este mundo está em risco. E pode ruir muito rapidamente.