O deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza abriu o debate sobre a despenalização da eutanásia a citar João Semedo, antigo coordenador do partido, já falecido e um dos principais impulsionadores do movimento "morrer com dignidade".
Pureza lembrou as palavras de Semedo, considerando que a despenalização da morte assistida, em situações de agonia extrema, é a "mais humanitária e democrática opção. O único critério é a escolha de cada um. Não é isto a democracia?".
O parlamentar atacou quem usa argumentos como a legalização de um processo com "rampas deslizantes" sobre a morte. Depois, José Manuel Pureza criticou quem há dois anos não pediu um referendo porque sabia que não haveria maioria no Parlamento. Por isso, considerou que se trata de uma "jogada política" e recusou um debate feito de "chantagens emocionais".
Por fim, anunciou que o Bloco votará a favor dos vários projetos de lei (cinco ao todo) porque o seu partido está do"lado da dignidade de cada escolha".
Já o deputado André Silva, do PAN, usou as palavras do presidente da República, de maio de 2018, para recordar que a discussão no Parlamento, há dois anos, foi muito participada"por todos os quadrantes políticos- partidários, religiosos e sociais". Esta foi a resposta a quem argumenta que o debate foi feito à pressa, para justificar um referendo.
Tal como o Bloco de Esquerda, o PAN questionou se é aceitável impedir a despenalização, permitindo que apenas os ricos possam ir ao estrangeiro para pedir a eutanásia.