O PCP acusou ontem o Metro de Lisboa de ter aprovado um concurso de sinalização para incluir na linha circular, que foi suspensa pelo Parlamento na semana passada. De acordo com o deputado Bruno Dias, do PCP, o Metro de Lisboa assinou um contrato de fornecimento de material circulante e substituição do sistema de sinalização, tendo alterado e aprovado o concurso com o objetivo de passar a abranger duas futuras estações – Estrela e Santos – que fariam parte da linha circular.
O partido sublinhou que o momento em que a aprovação do concurso aconteceu foi “particularmente incompreensível” – um sábado, dois dias depois de o Orçamento do Estado ter dado prioridade à ligação a Loures e à zona ocidental de Lisboa. “Tem de haver seriedade no debate político e responsabilidades sobre as decisões”, sublinhou Bruno Dias no Parlamento.
Em comunicado, o Metro de Lisboa defendeu-se, referindo que esse contrato tem por objetivo a “aquisição de material circulante” para modernizar o atual sistema de sinalização ferroviária, bem como para o aumento da frota da empresa. “Ocontrato prevê a aquisição de um novo sistema de sinalização e a aquisição de 42 carruagens, pelo valor de 114,5 milhões de euros. Vai melhorar a oferta de comboios e serviços do Metropolitano de Lisboa, permitindo mais conforto e acessibilidade”, lê-se no comunicado.
No passado dia 5 de fevereiro, os deputados aprovaram no Parlamento a suspensão da linha circular do Metro de Lisboa durante a votação do Orçamento do Estado, indo ao encontro da proposta do PAN e do PCP. O PS foi o único partido a opor-se, com a presidente do seu grupo parlamentar, Ana Catarina Mendes, a acusar o PSD de “tremenda irresponsabilidade” por apoiar estas propostas.