CDS votará a favor de referendo da eutanásia se existir iniciativa de cidadãos

CDS votará a favor de referendo da eutanásia se existir iniciativa de cidadãos


“Entendemos e somos sensíveis à necessidade de haver um debate alargado, o referendo é o instrumento de participação democrática ao serviço dos portugueses”


O CDS-PP vai votar a favor de um referendo sobre a despenalização da eutanásia se der entrada no parlamento uma iniciativa de cidadãos com esse objetivo. A confirmação foi dada esta quinta-feira por Francisco Rodrigues dos Santos.

"Entendemos e somos sensíveis à necessidade de haver um debate alargado, o referendo é o instrumento de participação democrática ao serviço dos portugueses e, se forem reunidas as 50 mil assinaturas [a lei fala em 60 mil] necessárias para que a discussão em torno da eutanásia seja feita em todo o país, o CDS votará favoravelmente a iniciativa do referendo, dando voz ao povo português", afirmou o presidente do CDS-PP, citado pela agência Lusa, no final de uma audiência com o líder do PSD, Rui Rio, na sede nacional social-democrata.

O líder do CDS-PP voltou ainda a dizer que o partido “será formalmente contra a eutanásia" e contra um sistema "de descarte em que o Estado desiste das pessoas".

“A eutanásia seria um perigoso retrocesso em que toda a sociedade se demitiria de deveres éticos e cuidados para com que sofrem", afirmou, considerando o debate parlamentar sobre a despenalização da eutanásia "altamente desregulado", e prometeu fazer tudo o que esteja ao seu alcance para que a discussão seja alargada a toda a sociedade.

Recorde-se que a Assembleia da República debate a 20 de fevereiro cinco projetos de lei para a despenalização da morte assistida.

Confrontado com o facto de os sociais-democratas (tal como o PS) darem liberdade de voto aos deputados na votação dos cinco projetos de lei em apreço no próximo dia 20 (de PS, BE, PAN, PEV e Iniciativa Liberal), e questionado se existiu uma aproximação do CDS ao PSD nesta matéria, Francisco Rodrigues do Santos reafirmou as posições divergentes.

"O PSD dará liberdade de voto, em matéria de liberdade de consciência o CDS tem uma posição muito singular: os portugueses não votam na consciência dos deputados, votam no programa dos partidos. A consciência que releva para este efeito é dos portugueses", afirmou, referindo que o CDS tem uma posição pró-vida "desde a conceção até à morte natural".

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