O preço dos negócios…


O Benfica perdeu com o FC Porto pela segunda vez nesta época. Convenhamos que podia ter empatado, porque na segunda parte se superiorizou, mas também podia ter perdido por mais.


Na primeira parte, o Benfica foi uma nulidade, e teve a sorte de marcar um golo no único remate que fez à baliza. Durante esses 45 minutos, lembrei-me de uma crónica que aqui escrevi sobre o estranho negócio de um jogador chamado Weigl. Por tudo. E ainda mais porque o Benfica não precisava de nenhum jogador para aquela posição (médio defensivo), onde já tinha jogadores a mais: Gabriel, Fejsa, Samaris, Florentino, até André Almeida (que, sempre que necessário, fez aquele lugar com sucesso).

A contratação de mais um jogador só podia trazer problemas, como trouxe: Gabriel perdeu a titularidade e “revoltou-se” (até porque estava a jogar bem), Fejsa foi posto na rua, Samaris ficou ainda mais suplente, Florentino nem cheira a relva.

Recorde-se que o Benfica, depois de várias experiências, tinha afinado o meio-campo com Taarabt e Gabriel, aos quais se juntava Pizzi de vez em quando. A equipa parecia rotinada e a jogar quase de olhos fechados. Eis senão quando é contratado Weigl e tudo se desconjunta. Como já tinha acontecido com Raúl de Tomás, Bruno Lage sentiu-se obrigado a dar-lhe um lugar na equipa – dado o preço que tinha custado e, possivelmente, a promessa que lhe tinha sido feita. E o equilíbrio da equipa perdeu-se.

A partir da entrada de Weigl, o Benfica passou a jogar pior, a defender mal, sofreu dois golos contra o Belenenses, dois golos contra o Famalicão, três golos contra o FC Porto. Sete golos em três jogos, dois dos quais no Estádio da Luz contra equipas secundárias.

É certo que o futebol é hoje um negócio e os clubes são empresas. Mas se o “espírito do negócio” começar a sobrepor-se no Benfica ao “interesse desportivo”, a equipa entrará em plano inclinado. E tudo começará a correr mal.

A contratação de Weigl, incompreensível do ponto de vista desportivo, só pode ter tido uma justificação de âmbito financeiro, no quadro dos complicados negócios intermediados por Jorge Mendes. E o resultado está à vista. Até porque a sua entrada na equipa foi pessimamente gerida: começou a jogar logo que cá chegou, relegando um companheiro para o banco e desestabilizando o balneário. E apesar de nunca ter feito nada de notável, nunca perdeu a titularidade.

Na época passada, a segunda volta do Porto foi fatal, em parte pela teimosia de Sérgio Conceição em meter Pepe na equipa, também contratado em janeiro, desfazendo a dupla de centrais e criando mal-estar no plantel. Vejamos se a história não se repete mas, desta vez, ao contrário: a teimosia de Lage (ou Vieira) em meter Weigl, desfazendo a dupla de médios, poderá conduzir à perda da vantagem de 7 pontos e à entrega do campeonato ao FC Porto.


O preço dos negócios…


O Benfica perdeu com o FC Porto pela segunda vez nesta época. Convenhamos que podia ter empatado, porque na segunda parte se superiorizou, mas também podia ter perdido por mais.


Na primeira parte, o Benfica foi uma nulidade, e teve a sorte de marcar um golo no único remate que fez à baliza. Durante esses 45 minutos, lembrei-me de uma crónica que aqui escrevi sobre o estranho negócio de um jogador chamado Weigl. Por tudo. E ainda mais porque o Benfica não precisava de nenhum jogador para aquela posição (médio defensivo), onde já tinha jogadores a mais: Gabriel, Fejsa, Samaris, Florentino, até André Almeida (que, sempre que necessário, fez aquele lugar com sucesso).

A contratação de mais um jogador só podia trazer problemas, como trouxe: Gabriel perdeu a titularidade e “revoltou-se” (até porque estava a jogar bem), Fejsa foi posto na rua, Samaris ficou ainda mais suplente, Florentino nem cheira a relva.

Recorde-se que o Benfica, depois de várias experiências, tinha afinado o meio-campo com Taarabt e Gabriel, aos quais se juntava Pizzi de vez em quando. A equipa parecia rotinada e a jogar quase de olhos fechados. Eis senão quando é contratado Weigl e tudo se desconjunta. Como já tinha acontecido com Raúl de Tomás, Bruno Lage sentiu-se obrigado a dar-lhe um lugar na equipa – dado o preço que tinha custado e, possivelmente, a promessa que lhe tinha sido feita. E o equilíbrio da equipa perdeu-se.

A partir da entrada de Weigl, o Benfica passou a jogar pior, a defender mal, sofreu dois golos contra o Belenenses, dois golos contra o Famalicão, três golos contra o FC Porto. Sete golos em três jogos, dois dos quais no Estádio da Luz contra equipas secundárias.

É certo que o futebol é hoje um negócio e os clubes são empresas. Mas se o “espírito do negócio” começar a sobrepor-se no Benfica ao “interesse desportivo”, a equipa entrará em plano inclinado. E tudo começará a correr mal.

A contratação de Weigl, incompreensível do ponto de vista desportivo, só pode ter tido uma justificação de âmbito financeiro, no quadro dos complicados negócios intermediados por Jorge Mendes. E o resultado está à vista. Até porque a sua entrada na equipa foi pessimamente gerida: começou a jogar logo que cá chegou, relegando um companheiro para o banco e desestabilizando o balneário. E apesar de nunca ter feito nada de notável, nunca perdeu a titularidade.

Na época passada, a segunda volta do Porto foi fatal, em parte pela teimosia de Sérgio Conceição em meter Pepe na equipa, também contratado em janeiro, desfazendo a dupla de centrais e criando mal-estar no plantel. Vejamos se a história não se repete mas, desta vez, ao contrário: a teimosia de Lage (ou Vieira) em meter Weigl, desfazendo a dupla de médios, poderá conduzir à perda da vantagem de 7 pontos e à entrega do campeonato ao FC Porto.