Os perigos do esquerdismo identitário


Muito se tem escrito sobre as novas direitas, infelizmente, pouco ou nada se tem dito sobre a extrema-esquerda identitária que a pouco e pouco ganha espaço nos partidos políticos e na opinião publicada. 


A esquerda identitária, tal como a direita identitária, nasce para fazer um ajuste de contas com a história. Um julgamento moral assente em pressupostos radicais e que retira os acontecimentos do contexto e da luz dos tempos para os julgar sobre a lente do mundo de hoje – melhor, sobre a lente dos preconceitos esquerdistas do mundo de hoje.

Esta é a esquerda que não quer um museu dos descobrimentos – porque estes são uma nódoa na nossa história, presumo – ou que diz que a nossa bandeira é colonialista e o nosso hino belicista. É a esquerda contra os arbustos dos brasões em frente aos Jerónimos. 

Mas é também a esquerda que procura criar um homem novo – à semelhança do que Marx já tinha tentado no século XIX. Com a diferença que este já não é apenas o ser desprovido de bens materiais, ambições profissionais e individualidade intelectual. A nova esquerda quer ir mais longe. O novo homem novo – passe o pleonasmo – é um ser higienizado ao pormenor: não come carne, nem peixe, porque isso é ser fascista; não ama a sua pátria, porque isso é ser fascista; não admira a cultura do seu povo, porque isso é ser fascista; não respeita a história do seus país, porque isso é ser fascista; não come nada que não seja vendido a granel em sacos de papel, porque quem não o faz são os fascistas. 

Mas agora que já falámos do conteúdo, importa não esquecermos a forma. A esquerda identitária nasceu para viver com o dedo em riste: é persecutória e arrivista. É ecofascista, radicalmente e exageradamente feminista, tendencialmente animalista e absolutamente focada em cumprir o seu desejo maior: extinguir o modo de vida do português médio. É por isso que tanto os irrita o hino, a bandeira, a chanfana de cabrito e a tauromaquia. 

A nós moderados cabe-nos – à esquerda e à direita – travar a batalha contra este fundamentalismo. O divórcio entre a Joacine e o Livre pode ter sido a primeira boa notícia, mas muito haverá ainda por fazer. 


Os perigos do esquerdismo identitário


Muito se tem escrito sobre as novas direitas, infelizmente, pouco ou nada se tem dito sobre a extrema-esquerda identitária que a pouco e pouco ganha espaço nos partidos políticos e na opinião publicada. 


A esquerda identitária, tal como a direita identitária, nasce para fazer um ajuste de contas com a história. Um julgamento moral assente em pressupostos radicais e que retira os acontecimentos do contexto e da luz dos tempos para os julgar sobre a lente do mundo de hoje – melhor, sobre a lente dos preconceitos esquerdistas do mundo de hoje.

Esta é a esquerda que não quer um museu dos descobrimentos – porque estes são uma nódoa na nossa história, presumo – ou que diz que a nossa bandeira é colonialista e o nosso hino belicista. É a esquerda contra os arbustos dos brasões em frente aos Jerónimos. 

Mas é também a esquerda que procura criar um homem novo – à semelhança do que Marx já tinha tentado no século XIX. Com a diferença que este já não é apenas o ser desprovido de bens materiais, ambições profissionais e individualidade intelectual. A nova esquerda quer ir mais longe. O novo homem novo – passe o pleonasmo – é um ser higienizado ao pormenor: não come carne, nem peixe, porque isso é ser fascista; não ama a sua pátria, porque isso é ser fascista; não admira a cultura do seu povo, porque isso é ser fascista; não respeita a história do seus país, porque isso é ser fascista; não come nada que não seja vendido a granel em sacos de papel, porque quem não o faz são os fascistas. 

Mas agora que já falámos do conteúdo, importa não esquecermos a forma. A esquerda identitária nasceu para viver com o dedo em riste: é persecutória e arrivista. É ecofascista, radicalmente e exageradamente feminista, tendencialmente animalista e absolutamente focada em cumprir o seu desejo maior: extinguir o modo de vida do português médio. É por isso que tanto os irrita o hino, a bandeira, a chanfana de cabrito e a tauromaquia. 

A nós moderados cabe-nos – à esquerda e à direita – travar a batalha contra este fundamentalismo. O divórcio entre a Joacine e o Livre pode ter sido a primeira boa notícia, mas muito haverá ainda por fazer.