O vereador do Turismo de Vila Nova de Gaia, José Guilherme Aguiar, diz ter sido apanhado de surpresa pelas suspeitas que recaem sobre si no âmbito da Operação Éter. “Fiquei absolutamente surpreendido com a constituição de arguido neste processo porque os factos que são objeto da investigação ocorreram no âmbito do anterior executivo [anterior às eleições de 2013]. Limitei-me a receber o dossiê dos serviços e a executar o mesmo”, disse em resposta à Lusa.
Recorde-se que o semanário SOL já havia revelado, no início do mês, que tinham sido encontradas irregularidades nesta câmara – como em muitas outras do Norte – no que diz respeito à criação das lojas interativas de turismo. Na Operação Éter, o Turismo do Porto e Norte de Portugal, à data liderado por Melchior Moreira, é suspeito de ter decidido quais as empresas que as autarquias do Norte – incluindo a de Arouca (que era liderada pelo ex-secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves) – tinham de escolher para pôr de pé o projeto das lojas interativas de turismo.
Até agora houve uma acusação da parte do processo relativa à contratação irregular de amigos por parte de Melchior Moreira, para que não fossem esgotados os prazos de prisão preventiva deste último arguido. O resto da investigação prossegue e, na última sexta-feira, a Lusa revelou que dos 74 arguidos constituídos, 59 são autarcas ou ex-autarcas.
Também na segunda-feira, o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto, recusou qualquer envolvimento direto nas alegadas irregularidades, apesar de ser arguido.