Desporto vs futebol e violência


Quando a Comunicação Social fala em Violência no Desporto ela está a referir-se ao “Futebol Profissional”, que é apenas, e tão-só, a profissão e o ganha pão desses profissionais, nada tendo a ver com o Desporto que é tutelado pelo Ministério da Educação.


Desde cedo aprendemos, em casa, já que a Senhora nossa Mãe era Filóloga, tendo ensinado Latim e Língua e Literatura em, Português, Francês, Inglês e Alemão, durante 45 anos, que os vocábulos têm um conteúdo próprio que deve ser respeitado, e utilizado, em contexto próprio, para não distorcer a ideia que se quer transmitir. Quando não observávamos essa concordância éramos castigados, já que a língua é o capital mais importante de uma cultura que se quer transmitir aos vindouros, e que marca, definitivamente, o caráter nacional de um Povo.

Vem isto a propósito de um erro crasso, que a nossa Comunicação Social, incluindo a Oficial, ou seja, a Estatal, pratica todos os dias, nos noticiários, quando a certa altura dizem: “e agora o desporto”, e começam a falar do Futebol Profissional, que, como é sabido, não pode estar incluído no Desporto por ser um “Espetáculo Desportivo Profissional”, que deve estar dependente da “Inspeção dos Espetáculos”.

É uma indústria, não é um Desporto.

O Circo e a Tauromaquia estão ao mesmo nível que o Futebol Profissional, mas não dependem do Ministério da Educação. O futebol Profissional depende, mas só por Razões Políticas.

O Desporto, em conceito, é 100% Amador, ou seja, quem o pratica, nada recebe em troca, e, por norma, paga pela sua orientação. É praticado na Infância, Adolescência e Juventude, como fazendo parte integrante da Educação-Formação dos futuros adultos, e é fundamental para a formação do caráter, com espírito solidário e de coesão social, relevante numa Sociedade Democrática, isto é, igualitária, predicado essencial de uma verdadeira Democracia Social.

Quando a Comunicação Social fala em Violência no Desporto ela está a referir-se ao “Futebol Profissional”, que é apenas, e tão-só, a profissão e o ganha pão desses profissionais, nada tendo a ver com o Desporto que é tutelado pelo Ministério da Educação. É evidente que é um meio difícil, devido às suas origens sociais e educacionais, aonde são recrutados esses trabalhadores do Futebol Profissional, que, na sua maioria, fugiram ao Ensino Obrigatório normal e, acima de tudo, não foram submetidos a uma aprendizagem Sócio-Pedagógica, por parte de especialistas em Cinesiologia, ou seja, a Ciência que estuda e depois ensina, o Movimento Humano, levando a uma Motricidade diferenciada de gestos e atitudes com relevo para a intencionalidade de objetivos do Gesto Motor, através da concretização das suas finalidades, que no Desporto-Educação se destinam à formação do caráter, ao convívio social, à solidariedade, à amizade, ao espírito de grupo, à tolerância e ainda à aprendizagem, do ganhar com humildade e do perder, com altivez, quando se lutou com lealdade, esforço e sem batota, respeitando ainda o adversário e respeitando-se a si próprio.

Estas são as diferenças entre o Desporto Amador e o Profissional, só que ao Poder Político, convém-lhe uma certa Alienação do Povo, em relação à Política exatamente igual ao que Salazar fazia.

Foram 40 anos assim, mas agora, já lá vão 46 anos…

Sociólogo

Escreve quinzenalmente