Ninguém para os ingleses! Jogos atrás de jogos atrás de jogos invadem a época natalícia por mais que José Mourinho continue a levantar a voz contra o cansaço sofrido pelos seus jogadores e que até já valeu ao Tottenham um empate surpreendente contra o último classificado da Premier League (2-2).
Pois, pois… mas não é só a equipa do português que está sujeita a este louco desgaste que, pelos vistos, não as prejudica grandemente para o resto da época, e basta termos em conta as presenças que garantiram nas últimas finais europeias para o confirmar. Por isso, amanhã mesmo, dia 1 de Janeiro, com um total desprezo pela passagem do ano que, entre nós, justifica que só volte a haver campeonato no próximo fim-de-semana, sobem ao palco da mais fascinante competição interna do universo todos aqueles que perseguem o Liverpool numa corrida que tem todo o ar de perdida.
Pep Guardiola já veio reconhecer que tem as atenções fixadas no Leicester, o actual segundo classificado, com um ponto a mais do que o Manchester City e a 13 de distância dos “scousers”. Deste modo, veremos o que irá acontecer em Newcastle, onde joga precisamente o Leicester, e no Etihad, onde, por sua vez, o City recebe o Everton, agora entregue à sapiência de Carlo Ancelotti após a dispensa de Marco Silva.
O líder Liverpool, campeão da Europa e do mundo, todo ele sorrisos, entra em campo apenas no dia dois, jogando em Anfield frente ao Sheffield United. A superioridade dos rapazes de Klopp é tão escandalosa que, neste momento, o grande polo de interesse coloca-se no momento da sua eventual primeira derrota neste campeonato. Com 18 vitórias e um empate em 19 jogos, o Liverpool parece finalmente encarrilado nos trilho de um título que lhe foge há trinta anos. E trinta anos é, de facto, um exagero para um clube com as dimensões e responsabilidade dos “reds”.
No sexto lugar, lado a lado com a armada portuguesa do Wolverhampton, o Tottenham de Mourinho vai a Southampton de ouvidos colados no que acontecerá aos seus rivais na luta pelo quarto posto, o último que dá direiro à Liga dos Campeões: Arsenal-Manchester United, Watford-Wolverhampton e Brighton-Chelsea.
Não restam dúvidas que, bem à inglesa, a luta pelos postos que sobram após esta cavalgada impressionante do Liverpool, será rija e inquebrável, uma peleja que envolve qualidade muito acima da média e, sobretudo, um espírito combativo que temos pena não ver na nossa probrezinha competição nacional. Mas, as casas das apostas, estão cada vez mais concentradas no nome daquele que ficará (ou não) para a memória desta edição da Premier League: o do que for capaz de levar de vencida o rolo compressor que um alemão sorridente e bem disposto, chamado Jurgen Klopp, conseguiu construir nas margens do Mersey, fazendo recordar os conjuntos arrebatadores dos finais dos anos-70 e dos inícios dos anos-80. É ele que concentra todas as atenções. Provavelmente, como dizia o célebre anúncio de cervejas, a melhor equipa do mundo, o Liverpool viu-se e desejou-se para bater o Wolverhampton anteontem. Tem desta vez pela frente um Sheffield United que, não por acaso, está apenas a um ponto de Tottenham e Wolverhampton. E sublinhe-se o não por acaso. A qualidade nunca é um acaso.