Tiveram de usar neve artificial  nas ruas  de Moscovo

Tiveram de usar neve artificial nas ruas de Moscovo


O caso é visto como um alerta para as alterações climáticas num país cético.


Face a um dos invernos mais quentes alguma vez registados em Moscovo, as autoridades locais tiveram de recorrer a neve artificial como decoração para a passagem de ano. Imagens e vídeos de camiões a despejar neve artificial no centro da cidade, incluindo na Praça Vermelha, tornaram-se virais nas redes sociais. Um utilizador até brincou: “Com o orçamento de Moscovo pode-se comprar tudo, até o inverno”. Contudo, muitos veem o caso como exemplo óbvio dos efeitos do aquecimento global, à semelhança dos massivos incêndios na Austrália, do outro lado do planeta (ver página ao lado).Desde 1886 que não havia um dezembro tão quente na capital russa – as temperaturas chegaram aos 5,4 ºC a 18 deste mês. Geralmente, por esta altura, a cidade costuma estar coberta por um espesso manto de neve. Ao invés disso, floriram rododendros e outras flores na Universidade Estatal de Moscovo, avançou o Moscow Times. Os esforços das autoridades para dar um ar de inverno à cidade, não parecem estar a correr bem. A neve artificial foi trazida dos ringues de patinagem da cidade, mas “já se tornou bege ou cinzenta”, lamentou um habitante ao jornal russo. “Não é festivo de todo”, queixou-se outro – as previsões meteorológicas só dão neve em Moscovo no final desta semana.

O caso é visto como um alerta para a Rússia, quarto país com maiores emissões de gases com efeito de estufa, mas cuja população é bastante cética quanto às alterações climáticas – menos de metade dos russos acredita que seja uma ameaça prioritária, segundo as sondagens. Isto apesar da Rússia ser dos países que será mais afetado pelas alterações climáticas, sobretudo com o degelo nas regiões do Ártico. Algo que o próprio Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu durante a COP25, em Madrid.