O Natal vai passar ao lado de Notre-Dame em 2019. Em mais de dois séculos, este será o primeiro ano em que na icónica catedral francesa não se celebrará a Missa do Galo, como consequência do grande incêndio que a destruiu em abril.
O culto da noite de 24 de dezembro será celebrado na Igreja de Saint-Germain-l’Auxerrois, próxima da catedral, mesmo em frente ao Museu do Louvre, e será o sacerdote de Notre-Dame, Patrick Chauvet, a conduzir a missa.
“Há muita tristeza e desolação por não estarmos na nossa segunda casa, mas há também uma enorme esperança, porque é apenas por um período de tempo”, afirmou o diretor do Coro de Notre-Dame, Henri Chalet, citado pela Euronews.
Desde 1803 que a Missa do Galo se realizava em Notre-Dame, mas este incêndio, que colocou o mundo de olhos em Paris, travou o que períodos mais conturbados da história de França – como a invasão nazi – não haviam conseguido.
Ainda não se sabe ao certo o que terá estado na origem das chamas, mas as autoridades francesas não descartam para já as hipóteses de um cigarro mal apagado ou mesmo de um curto-circuito. O certo é que a reconstrução do monumento, que tem 850 anos, não é simples e prevê-se que sejam precisos vários anos até que as obras sejam concluídas. O Presidente francês, Emmanuel Macron, já apontou como prazo mais provável cinco anos até que este património da Unesco – plantado nas margens do rio Sena – volte a ser erguido.
Como lembra a imprensa internacional, Notre-Dame esteve apenas encerrada a este tipo de cultos no final do séc. xviii e início do séc. xix, devido ao período de grande agitação política e social que o país atravessou com a Revolução Francesa.
Há uma semana chegou às imediações da catedral um guindaste com 75 metros de altura e capacidade para elevação de materiais com até oito toneladas, que faz parte dos meios necessários para a reconstrução do monumento, nomeadamente para retirar um andaime que fora montado antes do incêndio – que tinha como objetivo a manutenção do edifício – e que, com as chamas, se transformou num emaranhado de metal que ameaça neste momento as abóbadas e o equilíbrio da Catedral de Notre-Dame, escreve a RFI.