Democratas revelam os crimes de que Trump será acusado

Democratas revelam os crimes de que Trump será acusado


O Presidente dos EUA “tentou obter benefícios próprios de forma imprópria, enquanto ignorava ou prejudicava o interesse nacional”, declarou o congressista Jerry Nader.


Abuso de poder e obstrução à justiça, são as acusações formais que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá enfrentar, anunciou esta terça-feira à tarde o comité judicial do Câmara dos Representantes, controlado pelos democratas. Ambos os crimes têm gravidade suficiente para justificar a destituição de Trump, mas a decisão terá de ser aprovada pela Câmara dos Representantes – algo praticamente garantido – e depois pelo Senado, controlado pelos republicanos, que funcionará como uma espécie de tribunal.

A primeira acusação considera que Trump abusou do seu poder ao exigir ao Estado ucrâniano uma investigar por corrupção um dos seus rivais políticos, Joe Biden. Segundo o relatório da investigação, revelado a semana passada, o Presidente dos EUA terá usado como moeda de troca um encontro com o seu homólogo ucraniano, Volodymir Zelenski – uma demonstração de proximidade com Washington que poderia ajudar Zelenski nas negociações com Moscovo – bem como um pacote de ajuda militar à Ucrânia 400 milhões de dólares (cerca de 360 milhões de euros), aprovado pelo Congresso. Trump tentou "obter benefícios próprios de forma imprópria, enquanto ignorava ou prejudicava o interesse nacional", sumarizou o líder do comité judicial da Câmara dos Representantes, Jerry Nader.

Já o segundo crime de que Trump é acusado ocorreu durante a investigação. Ao recusar cooperar com a Câmara dos Representantes, dando ordens aos seus subordinados para que ignorassem as intimações para testemunhar, o Presidente "declarou-se acima de qualquer prestação de contas", considerou Nader. "Devemos ser claros. Ninguém, nem mesmo o Presidente, está acima da lei". Já Trump escreveu no Twitter que todo o processo não passa de "pura loucura política". Afinal, as acusações terão de ser aprovadas por dois terços dos senadores para derrubar o Presidente. E nada indica que isto esteja remotamente próximo de acontecer.