OE. Bloco quer reforço de 800 milhões de euros no SNS

OE. Bloco quer reforço de 800 milhões de euros no SNS


Pressão sobre Mário Centeno aumenta. Catarina Martins diz que ministério tem tido “pouco compreensão” para o Serviço Nacional de Saúde. E apresentou 15 medidas para o “salvar”.


A duas semanas da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2020, o Bloco de Esquerda avançou esta segunda-feira com uma proposta de reforço orçamental de 800 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde para o próximo ano. A medida foi apresentada pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que a justificou para acabar com a sub-orçamentação  e acautelar, ao mesmo tempo, uma gestão mais eficiente.

O objetivo do BE era apresentar quinze medidas para “salvar “ o Serviço Nacional de Saúde. mas, a coordenadora do BE voltou a colocar pressão no Ministério das Finanças, considerando que “tem existido da parte do Ministério das Finanças pouca compreensão “para o SNS que precisa “de respostas completas”. A compreensão varia consoante o ministério porque Catarina Martins assegurou aos jornalistas, citada pela SIC Notícias , estar certa de que “no Ministério da Saúde há uma enorme compreensão para a necessidade de implementação destas medidas”. 

As medidas a que Catarina Martins se referia não eram só respeitantes aos 800 milhões de euros” de reforço orçamental para 2020, mas também a contratação de 8 mil profissionais para o setor ou alocar os 100 milhões de euros gastos em médicos tarefeiros (para suprir necessidades) na contratação de médicos de especialidade no SNS.

Para o efeito, o BE quer um levantamento das necessidades de recursos humanos na saúde, concursos extraordinários para a formação de médicos especialistas, a “abertura de vagas preferenciais para formação em zonas carenciadas”, bem como um regime exclusivo para fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde. Na anterior legislatura, a atual ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha admitido essa possibilidade numa entrevista à Rádio Renascença e ao Público.

Na lista de quinze medidas exigidas pelo Bloco ( e parte delas já em análise com o Governo) estão ainda o alargamento das “unidades assistenciais dos Centros de Saúde”, tendo em contas as necessidades, o que inclui o aumento do  horário em dias úteis, mas também aos sábados.  No programa de Governo também há uma referência a consultas externas alargadas ao sábado, sem especificar os centros de saúde: “alargar o número de consultas externas, tendo em vista a melhoria do acesso e da satisfação dos utentes, por exemplo alargando a atividades programadas aos sábados”, conforme se pode ler no texto.

No rol de medidas propostaspelo BE estão também a revogação do despacho que impede que se façam mais contratações em 2020 por comparação a 2019, a definição de planos plurianuais de investimentos, e chegar ao final da legislatura – 2023– com um investimento no SNS que corresponda a 6 por cento do PIB, qualquer coisa como 12 mil milhões de euros.

O i questionou o Ministério das Finanças sobre a proposta do BE para reforçar 800 milhões de euros no SNS já em 2020, mas obteve uma resposta lacónica: “Não nos pronunciamos sobre o  Orçamento do Estado até à sua apresentação na Assembleia da República”.

Esta semana prosseguem contactos entre o Executivo e o BE. O PCP, por seu turno, realiza jornadas parlamentares, no distrito de Évora, já nos dias 5 e 6 de dezembro. Estas serão as primeiras jornadas de um partido na nova legislatura, antes mesmo da entrega da proposta de Orçamento do Estado.

Entretanto, o primeiro-ministro assegurou, em Bilbau, Espanha, que o eleitorado apostou na “ideia de que a geringonça tenha continuidade, mas agora com um PS mais forte”. E será nessa base que o orçamento será discutido, argumentou António Costa, citado pela Lusa.