Miguel Poiares Maduro, antigo ministro-adjunto de Passos Coelho, não vai apoiar nenhum dos três candidatos a líder do PSD. Nas eleições europeias chegou a ser o último suplente da lista, num sinal de apoio ao partido, a Paulo Rangel e a Rui Rio, mas agora assegura ao i que não vai dar apoio público a nenhum dos três candidatos a líder dos sociais-democratas, a saber, Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.
Questionado pelo i se iria fazer alguma declaração pública de apoio, Poiares Maduro teve resposta pronta: “Não. Nenhum dos candidatos abordou até agora temas que para mim são prioritários para poder sequer ponderar um tal apoio”, começou por explicar o ex-governante. E que temas prioritários são esses? Poiares Maduro defendeu, por exemplo, a reforma interna do PSD. Para o também professor universitário esta questão é fundamental até para “os partidos políticos reconquistarem legitimidade e credibilidade junto dos cidadãos”.
Além disso, “o debate tem sido sobretudo sobre tática e posicionamento ideológico do PSD” na campanha interna dos sociais-democratas. São temas importantes, segundo o ex-governante mas “há outros tão ou mais importantes que o partido precisa de ter coragem para afrontar”, argumenta Miguel Poiares Maduro.
O docente universitário acrescenta que é necessário uma agenda reformista tanto para o partido como para o país. “Só apoiaria alguém que me despertasse profunda convicção na defesa de uma agenda profundamente reformista não apenas do país mas também do partido”, advogou Poiares Maduro.
Morgado vota Montenegro E se o ex-governante se coloca fora da lista de apoiantes para qualquer um dos três candidatos, ontem Miguel Morgado, ex-deputado, declarou que votará em Luís Montenegro.
O também antigo assessor político de Passos Coelho chegou a recolher assinaturas para também concorrer. Tentou, mas não não conseguiu as 1500 assinaturas necessárias para formalizar a candidatura. “Não irei apoiar nenhuma das candidaturas, mas não faço segredo de que irei votar no Luís Montenegro”, declarou Morgado aos jornalistas na segunda-feira passada, citado pela RR e a TSF. O ex-deputado falava depois de apresentar o livro Linhas Direitas, que reúne dezenas de textos de textos de personalidades que se identificam com este espetro político e que Morgado coordenou com o historiador Rui Ramos.
Por sua vez, Luís Montenegro já agradeceu o voto de Morgado nas redes sociais: “Obrigado Miguel Morgado. Um voto importante nesta candidatura, de um dos nossos melhores quadros políticos”.
Rio e os autarcas Rui Rio está a fechar as escolhas de mandatários distritais e divulgou ontem, no Twitter, o apoio de vários autarcas como o presidente da câmara de Monção, António Barbosa, o autarca da Maia, Silva Tiago, os autarcas de Faro, Celorico da Beira, Castro Marim, entre outros.
Apesar dos apoios de vários autarcas, os seus adversários também têm alguma implantação entre autarcas, apesar de a campanha interna não ter provocado uma vaga de fundo para nenhum dos lados.
De facto, de acordo com informações recolhidas pelo i, mesmo os mais entusiastas de cada candidatura reconhecem que a vaga de fundo não existe para ninguém. Ainda assim, o candidato Miguel Pinto Luz pode reclamar 90% das estruturas do distrito de Lisboa a seu favor. “A distrital de Lisboa do PSD é composta por 10 concelhias, nove das quais apoiam Miguel Pinto Luz”, conforme se pode ler num comunicado de balanço do fim de semana. E Lisboa é a estrutura com mais quotas pagas (3947), qualquer coisa como 18,98% do universo eleitoral dos sociais-democratas. No último balanço, os dados oficiais (disponibilizados ao minuto) do PSD revelam que 20793 militantes estão aptos a votar. Ainda assim, muito aquém dos cerca de 70 mil de há dois anos, quando Rui Rio e Santana Lopes disputaram a presidência do PSD.
As estimativas mais otimistas apontam para um universo eleitoral de 40 mil potenciais votantes a partir de 22 de dezembro, altura em que os cadernos eleitorais já estarão fechados.
Recentemente, o secretário-geral do PSD, José Silvano, admitiu, em entrevista ao Observador, ser possível chegar à meta dos 40 mil eleitores para as eleições diretas de 11 de janeiro.
Entretanto os três concorrentes terão um primeiro debate televisivo, na RTP, no próximo dia 4 de dezembro, data do falecimento do fundador do partido, Sá Carneiro, avançou a Lusa. Em janeiro haverá mais.