O talento versus as gafes de Jorge Jesus


Jesus é um puro-sangue e não há forma de o polir – o melhor exemplo é o seu discurso na Câmara de Deputados do Rio de Janeiro, onde falou de improviso (…). Se fosse outro, sabendo das suas limitações com a língua de Camões, Jesus teria encomendado umas frases muito bonitas (…).


“Em 16 finais – esta é a 17.a -, ganhei 17 e perdi dez”; “vocês os quatros façam aí um triângulo”; “não respondo a essa pergunta porque isso é um assunto do forno interno do clube”; “querem fazer do rapaz o bode respiratório”. Estas são algumas das melhores gafes de Jorge Jesus, que tanto divertem os seus detratores, numa tentativa de menorizar o talento que o homem tem para treinador de futebol.

A sociedade portuguesa, a bem-pensante, por regra, sempre foi muito snobe e preconceituosa e tem algum desprezo por aqueles que acha que não têm o pedigree necessário para fazerem parte dos melhores. Jorge Jesus é um treinador que tem tanto de talentoso como de especialista em pontapés na gramática, mas não é por causa disso que os clubes o contratam. É verdade que nos últimos dias houve uma overdose de Jesus nas televisões, mas talvez não pudesse ser de outra maneira: afinal, o homem conseguiu dar uma alegria a milhões de brasileiros que esperavam há 38 anos por essa conquista – a Libertadores, uma espécie de Liga dos Campeões da América Latina. E em Portugal também foram muitos os que se associaram aos êxitos do antigo treinador do Benfica e do Sporting. Jesus é um puro-sangue e não há forma de o polir – o melhor exemplo é o seu discurso na Câmara de Deputados do Rio de Janeiro, onde falou de improviso. “O futebol faz parte da cultura do povo e nós, em Portugal, fomos habituados, há 40 anos, desde que as novelas brasileiras entraram na casa dos portugueses, a conhecer grandes cantores brasileiros e a história deste país. Hoje, a história também ocorre ao contrário. A minha avó é brasileira e no meu corpo corre sangue brasileiro. Eu até estou emocionado, porque há uma ligação muito estreita entre estes dois países. E hoje sei que o meu país está orgulhoso de mim”. Se fosse outro, sabendo das suas limitações com a língua de Camões, Jesus teria encomendado umas frases muito bonitas mas que não teriam a espontaneidade que usa em todas as circunstâncias o treinador da Amadora. Parabéns ao míster, apesar da overdose de Mengão.

O talento versus as gafes de Jorge Jesus


Jesus é um puro-sangue e não há forma de o polir - o melhor exemplo é o seu discurso na Câmara de Deputados do Rio de Janeiro, onde falou de improviso (...). Se fosse outro, sabendo das suas limitações com a língua de Camões, Jesus teria encomendado umas frases muito bonitas (...).


“Em 16 finais – esta é a 17.a -, ganhei 17 e perdi dez”; “vocês os quatros façam aí um triângulo”; “não respondo a essa pergunta porque isso é um assunto do forno interno do clube”; “querem fazer do rapaz o bode respiratório”. Estas são algumas das melhores gafes de Jorge Jesus, que tanto divertem os seus detratores, numa tentativa de menorizar o talento que o homem tem para treinador de futebol.

A sociedade portuguesa, a bem-pensante, por regra, sempre foi muito snobe e preconceituosa e tem algum desprezo por aqueles que acha que não têm o pedigree necessário para fazerem parte dos melhores. Jorge Jesus é um treinador que tem tanto de talentoso como de especialista em pontapés na gramática, mas não é por causa disso que os clubes o contratam. É verdade que nos últimos dias houve uma overdose de Jesus nas televisões, mas talvez não pudesse ser de outra maneira: afinal, o homem conseguiu dar uma alegria a milhões de brasileiros que esperavam há 38 anos por essa conquista – a Libertadores, uma espécie de Liga dos Campeões da América Latina. E em Portugal também foram muitos os que se associaram aos êxitos do antigo treinador do Benfica e do Sporting. Jesus é um puro-sangue e não há forma de o polir – o melhor exemplo é o seu discurso na Câmara de Deputados do Rio de Janeiro, onde falou de improviso. “O futebol faz parte da cultura do povo e nós, em Portugal, fomos habituados, há 40 anos, desde que as novelas brasileiras entraram na casa dos portugueses, a conhecer grandes cantores brasileiros e a história deste país. Hoje, a história também ocorre ao contrário. A minha avó é brasileira e no meu corpo corre sangue brasileiro. Eu até estou emocionado, porque há uma ligação muito estreita entre estes dois países. E hoje sei que o meu país está orgulhoso de mim”. Se fosse outro, sabendo das suas limitações com a língua de Camões, Jesus teria encomendado umas frases muito bonitas mas que não teriam a espontaneidade que usa em todas as circunstâncias o treinador da Amadora. Parabéns ao míster, apesar da overdose de Mengão.