Pedro Santana Lopes esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa para apresentar o projeto Alverca como alternativa ao aeroporto do Montijo. O i sabe que o Presidente da República mostrou sensibilidade para o tema. O encontro contou com a participação de José Furtado, especialista português no setor e responsável pelo desenvolvimento deste projeto.
“É uma solução que conta com melhores acessos, apresenta menor impacto ambiental, apesar de contemplar uma pista sobre o mouchão, e terá menos custos face à solução Montijo, tanto que terá a vantagem de funcionar com os acessos rodoferroviários existentes, o que simplifica bastante todo este projeto”, referiu ao i José Furtado
A nova proposta prevê que a infraestrutura conte com a construção de mais uma pista – usa as três já existentes, totalizando quatro – e seja capaz de gerir 75 milhões de passageiros e 500 mil movimentos anuais de aviões. Numa primeira fase, a ideia é abranger apenas 67 milhões de passageiros, mas poderá atingir os 75 milhões.
A Portela seria transformada em aeroporto secundário e receberia apenas viagens de médio curso, enquanto Alverca passaria a contar com os voos de longo curso. “Neste caso, o hub seria em Alverca, e não na Portela, como está previsto com a solução Montijo. Não há nenhuma cidade da Europa com um hub no centro da cidade”, garante.
José Furtado chama também a atenção para a diferença de espaço entre as duas soluções, assim como para a conclusão das obras. “O Montijo conta com 190 hectares, enquanto Alverca tem 1200 hectares. Quanto à conclusão das obras, no caso de Alverca, os prazos são mais curtos: 2024 para 2029, no caso do Montijo”, diz ao i.
A primeira vez que esta solução foi apresentada foi pela mão de Pedro Santana Lopes, em abril, mas foi recentemente formalizada, no final de outubro, em nome da sociedade civil. No entanto, ao i, José Fortunato garante que a alternativa já tinha sido apresentada, em setembro de 2016, à Vinci Airports e, em dezembro de 2017, aos secretários de Estado do ministro, na altura, Pedro Marques. “Em nenhum dos encontros tive uma boa recetividade”, refere.
Taxas aeroportuárias vão assumir custos
Já este domingo, o chairman da ANA considerou que há medidas “absurdas” entre as propostas da Associação Portuguesa do Ambiente (APA) para mitigar o impacto ambiental do aeroporto no Montijo. E deu exemplos: “As companhias aéreas terem de financiar os barcos da Transtejo não tem sentido, quem vai pagar na realidade são as taxas dos passageiros”, afirmou José Luís Arnaut, criticando ainda a medida de a ANA ter de construir parte da pista sobre estacas.
Questionado sobre se a gestora aeroportuária irá propor alternativas, disse que ainda estão a estudar as medidas. Apesar de criticar algumas das 159 medidas propostas, o responsável garantiu que a empresa irá levar a cabo as medidas de mitigação do impacto ambiental.