Isabel dos Santos alertou para a necessidade de um forte investimento no setor da energia em África, para que a rede 5G possa vir a ser uma realidade no continente. “As operadoras de telecomunicações estão ansiosas por implementar a rede 5G, mas, para isso, é preciso haver um forte investimento na energia, tal como aconteceu nas telecomunicações”, afirmou, no âmbito da conferência AfricaCom 2019, que decorre na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Em representação da Unitel, a maior operadora móvel em Angola, Isabel dos Santos aproveitou a presença na AfricaCom 2019 – que este ano juntou mais de 450 líderes empresariais e cerca de 15 mil visitantes para o debate sobre tendências e soluções para os desafios tecnológicos da actualidade – para declarar que “gostava de ver um grande investimento privado” no setor, chamando a atenção para as 1,2 mil milhões de pessoas que vivem em África (serão 2,4 mil milhões em 2050) e para a necessidade de ser efectuado “um investimento em infraestruturas muito grande”.
Isabel dos Santos recordou que a Unitel investiu, através de capital privado, ao longo de 20 anos, mais de 2,2 mil milhões de dólares em cabos de fibra ótica, que alcançam, até ao momento, 14 mil quilómetros em território angolano, promovendo, desta forma, a expansão da internet, através de uma das mais modernas redes de telecomunicações em África. “Unimos pessoas e empresas, apoiamos os negócios e vemos o nosso país crescer, desenvolver-se e competir internacionalmente”, referiu, acrescentando que “é importante que empresas e governos trabalhem em conjunto”. “Se os governos africanos puderem criar modelos de negócio, isso vai estimular ambientes positivos para o investimento”, explicou.
Aposta em grande plataforma de e-commerce
Isabel dos Santos aproveitou a AfricaCom 2019 para anunciar a sua intenção de construir uma grande plataforma de comércio eletrónico, que acredita poder trazer “grandes oportunidades”. “Há menos barreiras, os custos diminuem e vamos poder comunicar o nosso produto melhor e para uma audiência muito maior”, afirmou. Destacando o valor do comércio eletrónico, a empresária angolana acredita que “as próximas grandes empresas em África serão, em grande medida, movidas pela economia digital e pelo e-commerce”.