Habitação. Sabe como vai ser a sua casa no futuro?

Habitação. Sabe como vai ser a sua casa no futuro?


O diretor para a inovação da Samsung Electronics esteve ontem na Web Summit a explicar como vamos viver em 2025. E as casas do futuro podem não estar assim tão longe.


E se o seu espelho lhe dissesse que está com cara de doente? Acha que era possível o seu frigorífico dar-lhe dicas de como manter a linha? E que tal umas férias no Havai sem sair de casa? Parece uma casa do futuro, saída de uma série de ficção científica, mas a verdade é que está muito perto de se tornar uma realidade. Pelo menos é o que diz David Eun, diretor para a inovação da Samsung Electronics, que esteve ontem na Web Summit a descrever como serão as nossas casas em 2025.

O também presidente da Samsung Next começou por recordar que a transformação das nossas habitações passou por várias fases e que a introdução de determinados eletrodomésticos, como o frigorifico ou a televisão, foi o impulso para uma revolução tecnológica que nunca mais parou.

Mas o frigorífico de hoje é igual àquele que a nossa avó tinha impecavelmente organizado na sua cozinha? Claro que não. David Eun acredita que estamos numa fase de “conectividade”, em que os eletrodomésticos trabalham integradamente com a Internet e com a revolução 5G. “Num futuro próximo, os dispositivos conectados vão ajudar a ter uma maior perceção do que está dentro e fora das nossas casas. A questão não será quantos dispositivos estão conectados, mas sim quantos dispositivos não estão conectados”, disse o especialista, acrescentando ainda que, só até 2023, estima-se que haverá oito mil milhões de dispositivos com assistência de voz. “Hoje temos tudo nos telemóveis mas, no futuro, quase todos os dispositivos vão ter assistentes de voz e isso vai permitir uma personalização total, melhorando a transformação de uma casa num lar”, disse.

 

Os eletrodomésticos do futuro

Então como vai ser daqui a seis anos? O frigorífico que temos hoje será assim tão diferente do que aquele que será vendido nas lojas em 2025? Na prática, o especialista acredita que as divisões da casa passarão a ser “locais inteligentes”. Por exemplo, a cozinha será um espaço onde todos vão ter refeições mais saudáveis, tudo porque os eletrodomésticos serão capazes de, com base nas preferências e necessidades dietéticas de cada um, dizer o que cada pessoa precisa comer. “As cozinhas não serão apenas cozinhas. Os frigoríficos serão um DJ de comida, que nos dirão aquilo que precisamos de comer”, começou por descrever, adiantando que, basicamente, os eletrodomésticos serão “nutricionistas, chefs pessoais e assistentes de compras”.

Mas não fica por aqui. As casas de banho serão transformadas num verdadeiro “centro de bem-estar e saúde”, em que a escova de dentes, o espelho e os azulejos vão trabalhar em conjunto para nos dar uma imagem do nosso estado. Um exemplo? Os espelhos vão dar “ao médico uma visão geral da saúde” do morador. Através da inteligência artificial será feita uma avaliação precoce do nosso estado de saúde.

Chegar a casa, sentar-se no sofá e contemplar o pôr-do-sol numa praia do Hawai? Sim, será a sala o espaço da casa que nos vai transportar pelo mundo, tudo através de luzes, ecrãs e altifalantes.

“Talvez as histórias de Start Trek não estejam assim tão longe. No futuro, depois de um longo dia de trabalho, as pessoas poderão passar um serão na sala de estar a ver o pôr-do-sol numa praia do Hawai”, contemplou.

A televisão será a “janela para o mundo” e que nos vai ligar instantaneamente aos amigos e à família, tudo através de videochamadas. E, um simples aspirador automático poderá ser uma verdadeiro “paramédico”. O especialista refere que este vai estar “sempre presente” e pode funcionar como um “guarda pessoal”, sendo capaz de alertar e chamar por ajuda em caso de necessidade.

 

Experiências acima de tudo

No fundo, para que uma casa passe a ser um lar, é preciso que nos ofereça “experiências criadas em cima de um alicerce de tecnologia e inovação como nunca” foi visto.

“As pessoas estão a comer fora, estão a viajar e a ir a concertos cada vez mais. As pessoas querem experiências que possam recordar e partilhar com outros. Quase metade dos millenials querem ir a eventos para partilhar com outros essa experiência”, argumentou David Eun, explicando que a compra de um objeto vai depender da experiência que vai dar ao proprietário e não apenas da sua utilidade.

“As pessoas vão querer que os dispositivos sejam mais do que coisas fantásticas interligadas e que as experiências associadas ao exterior venham para dentro de casa e do lar”, argumentou.

Na verdade, o que pode parecer ficção científica pode estar muito perto de se tornar realidade, por isso, David Eun acredita que esta é “uma grande oportunidade para as empresas, startups e empreendedores criarem estas experiências do lar do futuro”.