Inglaterra.  Um fim de semana em tom de vermelho

Inglaterra. Um fim de semana em tom de vermelho


Em Anfield, Liverpool e Tottenham repetiram a última final da Liga dos Campeões. Os reds venceram outra vez (2-1) graças a uma segunda parte sem piedade.


Felizes esses ingleses, não são? Darem-se ao luxo de ter, numa jornada do campeonato, a última final da Liga dos Campeões não é para qualquer um. Aliás, não é para nenhum. Liverpool-Tottenham! Com ponto de exclamação. Na véspera, o Manchester City – verdadeiramente o único candidato ao título além da equipa de Jurgen Klopp – venceu o Aston Villa, já tão longe do seu título de campeão da Europa, em 1982, por 3-0, e deu o seu passo no tablado. Nesta dança que todos estão convictos de ser a dois, aproximou-se do seu par. O Liverpool que começou o campeonato disparado, vitória atrás de vitórias, encheu os pulmões e disparou na frente. Eis algo a que Guardiola não liga muito. Está habituado a recuperações. A época passada foi o protagonista principal de uma recuperação incrível. E agora?

A vitória do Leicester em Southampton pot 9-0, a maior goleada fora do campeonato inglês desde sempre, marcou o calendário. Mas, convenhamos, é assunto a ser resolvido entre pixotes. Com o devido respeito, claro está. O que interessa a todos, verdadeiramente, é a guerra pelo título. E, tal como aconteceu na última época, Liverpool e Manchester City, não necessariamente por esta ordem, vão tratar disso entre os dois.

Vida difícil para os reds em Anfield na primeira parte. Keane fez o golo do Tottenham e obrigou o campeão da Europa a puxar pelos galões. Não só puxaram como lhes deram o brilho intenso de um conjunto indiscutivelmente superior. Handerson, aos 52 minutos, e Mohamed Salah, de penalti, aos 75, deram a volta ao resultado. E aí, sim, o jogo voltou a ser jogo porque os Spurs deixaram de tentar defender as minudências de um resultado para terem de voltar a lutar por ele.

O futebol em Inglaterra é algo de diferente. Sempre o foi; sempre o será. A final da Liga dos Campeões, agora repetida em Anfield, começou a ser um jogo digno de campeões. Apesar de Tottenham e Liverpool não serem campeões de Inglaterra há décadas e décadas. Até nisso, os ingleses são diferentes e essa diferença é admirável.

Recordemos que estava marcado para ontem um Barcelona-Real Madrid. Provavelmente o clássico de todos os clássicos do mundo. A Catalunha está em pé de guerra, o jogo foi adiado, veremos para que calendas. Recordemos que estava marcado para ontem um Paris Saint-Germain-Marselha, este apenas uma nota de rodapé na história dos confrontos mais renhidos da Europa. O Liverpool-Tottenham abafou a concorrência. Mais uma vez, os “scousers” venceram. E perseguem de forma frenética o título que lhes foge desde o ano quase jurássico de 1989, ainda com Kenny Dalglish como treinador. Se campeão de Inglaterra tornou-se mais do que um desejo, do que uma necessidade. Faz parte de um desígnio.