A pobreza a que temos direito


Também o Benfica começa a patinar. Depois de marcar um golo ao Lyon nos minutos iniciais, por Rafa – o seu único jogador verdadeiramente perigoso –, passou o resto do tempo a viver da magra vantagem, sofreu o empate, esteve à beira de sofrer o segundo, e acabou por ganhar com um golo que só…


Na semana passada houve mais uma jornada europeia.

O Benfica e o Sporting ganharam em casa pela diferença mínima, o Porto empatou também em casa. Não se pode dizer que tenha sido uma jornada brilhante, apesar de Portugal ultrapassar a Rússia no ranking da UEFA. Mas as equipas portuguesas deram mostras de uma fragilidade que há muito não se via.

Não assisti ao jogo do Porto, pelo que não posso falar. Mas vi o que diziam adeptos seus nas redes sociais, pedindo a vinda de Jorge Jesus para o Dragão. A equipa do FC Porto tem vindo a perder dinâmica. Começam a ficar longe os tempos em que Marega e Aboubakar no meio, alimentados por Brahimi e Corona nos extremos e apoiados por Danilo e Herrera atrás, massacravam os adversários. Era uma equipa que juntava em alto grau a técnica e a força. Isso perdeu-se.

Também o Benfica começa a patinar. Depois de marcar um golo ao Lyon nos minutos iniciais, por Rafa – o seu único jogador verdadeiramente perigoso –, passou o resto do tempo a viver da magra vantagem, sofreu o empate, esteve à beira de sofrer o segundo, e acabou por ganhar com um golo que só acontece uma vez na vida. O Benfica tem um grave problema: os avançados não marcam golos. A dupla mais frequente – Seferovic e Tomás – é uma seca. Basta pensar que Pizzi, que não é propriamente um goleador, tem sido o marcador de serviço. Isso diz tudo.

Começam também a ficar longe os tempos de duplas temíveis como Cardoso e Saviola, ou Lima e Rodrigo, ou Jonas e Mitroglu, que marcavam que se fartavam, e o Benfica despachava os adversários com goleadas.

Quanto ao Sporting, tem os mesmos problemas, agravados por uma situação diretiva periclitante – bem visível no mar de lenços brancos em Alvalade. Os avançados também são inoperantes. Tendo despachado os melhores goleadores, Montero e Bas Dost, e vendido Slimani, o Sporting está reduzido a um avançado, Luiz Phelippe, muito esforçado mas que não tem categoria para jogar na 1.a Liga. Esta é a verdade. Também ficam longe os tempos em que o Sporting ia a Madrid discutir o resultado com o Real e batia o pé à Juventus. Agora viu-se e desejou-se para ganhar ao modesto Rosenborg, como um golo às três tabelas e situações de desespero na sua área, em que os noruegueses só não marcaram por manifesta inépcia ou falta de sorte.

E tal como no Benfica, o melhor marcador é um médio, Bruno Fernandes, que dá mostras de progressivo nervosismo.


A pobreza a que temos direito


Também o Benfica começa a patinar. Depois de marcar um golo ao Lyon nos minutos iniciais, por Rafa – o seu único jogador verdadeiramente perigoso –, passou o resto do tempo a viver da magra vantagem, sofreu o empate, esteve à beira de sofrer o segundo, e acabou por ganhar com um golo que só…


Na semana passada houve mais uma jornada europeia.

O Benfica e o Sporting ganharam em casa pela diferença mínima, o Porto empatou também em casa. Não se pode dizer que tenha sido uma jornada brilhante, apesar de Portugal ultrapassar a Rússia no ranking da UEFA. Mas as equipas portuguesas deram mostras de uma fragilidade que há muito não se via.

Não assisti ao jogo do Porto, pelo que não posso falar. Mas vi o que diziam adeptos seus nas redes sociais, pedindo a vinda de Jorge Jesus para o Dragão. A equipa do FC Porto tem vindo a perder dinâmica. Começam a ficar longe os tempos em que Marega e Aboubakar no meio, alimentados por Brahimi e Corona nos extremos e apoiados por Danilo e Herrera atrás, massacravam os adversários. Era uma equipa que juntava em alto grau a técnica e a força. Isso perdeu-se.

Também o Benfica começa a patinar. Depois de marcar um golo ao Lyon nos minutos iniciais, por Rafa – o seu único jogador verdadeiramente perigoso –, passou o resto do tempo a viver da magra vantagem, sofreu o empate, esteve à beira de sofrer o segundo, e acabou por ganhar com um golo que só acontece uma vez na vida. O Benfica tem um grave problema: os avançados não marcam golos. A dupla mais frequente – Seferovic e Tomás – é uma seca. Basta pensar que Pizzi, que não é propriamente um goleador, tem sido o marcador de serviço. Isso diz tudo.

Começam também a ficar longe os tempos de duplas temíveis como Cardoso e Saviola, ou Lima e Rodrigo, ou Jonas e Mitroglu, que marcavam que se fartavam, e o Benfica despachava os adversários com goleadas.

Quanto ao Sporting, tem os mesmos problemas, agravados por uma situação diretiva periclitante – bem visível no mar de lenços brancos em Alvalade. Os avançados também são inoperantes. Tendo despachado os melhores goleadores, Montero e Bas Dost, e vendido Slimani, o Sporting está reduzido a um avançado, Luiz Phelippe, muito esforçado mas que não tem categoria para jogar na 1.a Liga. Esta é a verdade. Também ficam longe os tempos em que o Sporting ia a Madrid discutir o resultado com o Real e batia o pé à Juventus. Agora viu-se e desejou-se para ganhar ao modesto Rosenborg, como um golo às três tabelas e situações de desespero na sua área, em que os noruegueses só não marcaram por manifesta inépcia ou falta de sorte.

E tal como no Benfica, o melhor marcador é um médio, Bruno Fernandes, que dá mostras de progressivo nervosismo.