Funcionárias de creche esquecem-se de menina de três anos em autocarro durante mais de duas horas

Funcionárias de creche esquecem-se de menina de três anos em autocarro durante mais de duas horas


No jardim-de-infância ninguém deu pela falta da criança, que agora não quer voltar à escola com medo de ficar sozinha outra vez.


Uma menina de três anos ficou sozinha dentro de um autocarro de transporte escolar, após as funcionárias de uma creche se terem esquecido dela. Foi o motorista que a encontrou mais de duas horas depois, visivelmente assustada e a tremer. Alertou de imediato o jardim-de-infância, na zona da Marinha Grande, que não tinha sequer dado pela falta da criança.

O caso ocorreu há uma semana, mas a menina ficou de tal forma marcada pela situação que ainda não voltou à creche. "Continua traumatizada e não quer ir para a escola, com medo de voltar a ficar sozinha no autocarro", contou a mãe da criança ao Correio da Manhã.

"A minha filha esteve mais de duas horas sozinha, num autocarro fechado. Se fosse num dia de calor, até podia já não estar cá", sublinhou.

Aquele estabelecimento não tem instalações de refeitório, pelo que as crianças vão almoçar a outra escola, fazendo a viagem num autocarro fretado pela Câmara da Marinha Grande. E foi durante o transporte de quarta-feira passada que a criança ficou esquecida, ainda com o cinto de segurança colocado.

A progenitora adiantou ainda que uma das auxiliares, estavam presentes três, “voltou atrás para ir buscar duas crianças, passou pela Matilde e não a levou".

“Tão cedo não vou conseguir deixar a minha filha no Jardim de Infância. A Matilde está traumatizada e eu perdi a confiança naquela equipa", sublinhou, acrescentando que está a preparar uma queixa-crime por negligência. "As três auxiliares que iam no autocarro e a educadora de infância deviam ser dispensadas", defendeu.

Já o jardim-de-infância e a direção do agrupamento a que pertence não quiseram prestar declarações nem comentar o caso.

A Câmara da Marinha Grande, contactada pelo mesmo jornal, limitou-se a dizer que "neste momento o processo encontra-se em fase de averiguação".