Duas semanas depois das eleições legislativas, Rui Rio ainda não anunciou se quer ou não continuar na liderança, mas tem recebido incentivos para se recandidatar. Guilherme Silva, ex-líder parlamentar, junta-se aos que defendem que o atual líder deve ir à luta. “O resultado acabou por ser honroso. Não foi a vitória que nós desejávamos, mas não foi a derrota que muitos previam”, afirma, em declarações ao i, o antigo vice-presidente da Assembleia da República, considerando que Rui Rio tem “todas as condições para ser candidato e, eventualmente, vencer o congresso”.
Rui Rio entrou em reflexão depois da derrota no dia 6 de outubro e já ouviu dos mais próximos palavras de incentivo para se recandidatar. O anúncio poderá ser feito depois da tomada de posse do Governo. Figuras como Manuel Ferreira Leite, Luís Filipe Menezes ou Silva Peneda também apoiam a continuidade da atual liderança. “Se o dr. Rui Rio achar que deve continuar a liderar o partido terá o meu total apoio. Sem hesitações”, garante o ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes.
Rio não tem pressa e não alterou os calendários por causa de Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz. O Conselho Nacional do vai reunir-se na última semana deste mês ou no início de novembro para marcar as eleições diretas e o congresso para o início do ano.
Prejuízos políticos Apesar de Rui Rio ainda não ter anunciado a decisão, o debate interno continua aceso. Os críticos de Rui Rio insurgiram-se contra a possibilidade de o partido viabilizar o Orçamento do Estado para o próximo ano.
“É totalmente errado o PSD admitir viabilizar o Orçamento. PSD satélite do PS? Não. O interesse nacional exige uma oposição firme hoje para ter uma alternativa forte amanhã”, disse Luís Montenegro ao semanário SOL depois de David Justino, vice-presidente do partido, ter admitido, numa entrevista à Rádio Observador, viabilizar o orçamento.
Carlos Abreu Amorim também disparou contra a entrevista de David Justino e escreveu, nas redes sociais, que “este tipo de declarações causa prejuízos políticos incalculáveis” ao partido.
Uma das maiores diferenças entre Rui Rio e Luís Montenegro é o posicionamento em relação ao PS. O atual líder defende, desde o início, que o PSD não deve fechar a porta a compromissos com os socialistas em nome do interesse nacional. Montenegro afasta acordos com o PSe defende que “o interesse nacional exige uma oposição firme hoje para ter uma alternativa forte amanhã”.
Até agora, há apenas dois candidatos assumidos à liderança. Luís Montenegro, ex-líder parlamentar nos tempos da troika, e Miguel Pinto Luz, vice-presidente da câmara de Cascais. Jorge Moreira da Silva e Miguel Morgado estão ainda em ponderação e não fecharam a porta a uma candidatura. Rui Rio deve anunciar em breve a recandidatura.
Apoios Luís Montenegro recebeu neste fim-de-semana o apoio de Maria Luís Albuquerque. A ex-ministra de Passos Coelho disse ao Expresso que Montenegro será “uma efetiva alternativa” ao PS. Já o ex-deputado José Eduardo Martins confirmou que vai votar em Miguel Pinto Luz.