Trump está a salpicar a Casa Branca de lama


Na política as palavras ainda contam para alguma coisa e quando o homem mais poderoso do mundo usa esta linguagem de caserna para atingir os seus rivais está a contribuir para degradar o cargo e o seu prestígio. 


Se provas fossem necessárias, estão aí os recentes desenvolvimentos do processo de impeachment de Donald Trump para confirmar que a política americana atingiu um estado de degradação como porventura nunca se tinha visto. Derrotados nas urnas, os democratas querem derrubar o Presidente através de manobras na secretaria, usando como pretexto um caso perfeitamente menor – uma alegada pressão sobre o homólogo ucraniano – que, dizem eles, representou uma ameaça para “a segurança nacional”.

O episódio dá azo a que os apoiantes de Trump falem em perseguição, desespero e jogo sujo. Embora muitas vezes discorde deles e dos seus argumentos, desta vez tenho de lhes dar razão.

O que já não consigo compreender – por muito bem que argumentem – é a linguagem usada pelo POTUS (acrónimo de President Of The United States e uma espécie de sinónimo de “Todo-Poderoso”). Este fim de semana, referindo-se a Joe Biden, o presumível candidato democrata, Trump declarou que este “nunca foi considerado esperto”. E disse pior:“He was only a good vice president because he understood how to kiss Barack Obama’s ass”, algo como “Ele só foi um bom vice-presidente porque percebeu como beijar o traseiro de Barack Obama”. A expressão é um sinónimo de “bajular”, mas evidentemente assume conotações mais grosseiras.

Os defensores de Trump dirão que temos de ligar mais aos resultados obtidos pelo Presidente americano e menos às suas palavras. E os resultados jogam a seu favor: pôs a economia americana a crescer como há muito não se via, derrotou o Estado Islâmico, encostou a China à parede, “acalmou” King Jong-un e, talvez o mais importante de tudo, não iniciou nenhuma guerra calamitosa.

Talvez tenham toda a razão. Mas na política as palavras ainda contam para alguma coisa e quando o homem mais poderoso do mundo usa esta linguagem de caserna para atingir os seus rivais está a contribuir para degradar o cargo e o seu prestígio. Que Trump não se importe com a sua própria dignidade é lá com ele, mas a sua grosseria salpica de lama a Casa Branca.

Trump está a salpicar a Casa Branca de lama


Na política as palavras ainda contam para alguma coisa e quando o homem mais poderoso do mundo usa esta linguagem de caserna para atingir os seus rivais está a contribuir para degradar o cargo e o seu prestígio. 


Se provas fossem necessárias, estão aí os recentes desenvolvimentos do processo de impeachment de Donald Trump para confirmar que a política americana atingiu um estado de degradação como porventura nunca se tinha visto. Derrotados nas urnas, os democratas querem derrubar o Presidente através de manobras na secretaria, usando como pretexto um caso perfeitamente menor – uma alegada pressão sobre o homólogo ucraniano – que, dizem eles, representou uma ameaça para “a segurança nacional”.

O episódio dá azo a que os apoiantes de Trump falem em perseguição, desespero e jogo sujo. Embora muitas vezes discorde deles e dos seus argumentos, desta vez tenho de lhes dar razão.

O que já não consigo compreender – por muito bem que argumentem – é a linguagem usada pelo POTUS (acrónimo de President Of The United States e uma espécie de sinónimo de “Todo-Poderoso”). Este fim de semana, referindo-se a Joe Biden, o presumível candidato democrata, Trump declarou que este “nunca foi considerado esperto”. E disse pior:“He was only a good vice president because he understood how to kiss Barack Obama’s ass”, algo como “Ele só foi um bom vice-presidente porque percebeu como beijar o traseiro de Barack Obama”. A expressão é um sinónimo de “bajular”, mas evidentemente assume conotações mais grosseiras.

Os defensores de Trump dirão que temos de ligar mais aos resultados obtidos pelo Presidente americano e menos às suas palavras. E os resultados jogam a seu favor: pôs a economia americana a crescer como há muito não se via, derrotou o Estado Islâmico, encostou a China à parede, “acalmou” King Jong-un e, talvez o mais importante de tudo, não iniciou nenhuma guerra calamitosa.

Talvez tenham toda a razão. Mas na política as palavras ainda contam para alguma coisa e quando o homem mais poderoso do mundo usa esta linguagem de caserna para atingir os seus rivais está a contribuir para degradar o cargo e o seu prestígio. Que Trump não se importe com a sua própria dignidade é lá com ele, mas a sua grosseria salpica de lama a Casa Branca.