O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, anunciou esta terça-feira uma geminação histórica com Santiago de Compostela, passando assim em breve as capitais do Minho e da Galiza a cooperar mais proficuamente no desenvolvimento da euroregião.
A revelação surgiu no final de uma reunião de trabalho, em Braga, na qual o alcalde de Santiago de Compostela, empossado há cerca de quatro meses, Xosé Sánchez Bugallo, afirmou estar convencido que a geminação em breve será formalizada e por unanimidade.
O autarca galego, Xosé Sánchez Bugallo, explicou que quando ocupou anteriormente as mesmas funções, no Município de Santiago de Compostela, a geminação esteve por várias vezes “em cima da mesa”, com o anterior edil bracarense, Mesquita Machado, mas nunca foi possível concretizar tal pretensão, “entre duas cidades muito idênticas em termos dos patrimónios e dos valores religiosos de que enformam", algo que "finalmente, vai ser possível”.
Na reunião esteve entre outros o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xóan Mao, bem como uma vereadora e uma técnica superior da Câmara Municipal de Santiago de Compostela.
As cidades de Braga e de Santiago de Compostela durante séculos tiveram uma rivalidade acentuada que se traduzia fundamentalmente na sua luta enquanto qual a capital religiosa da Península Ibérica a prevalecer – sendo dois centros de peregrinação por excelência, com acérrimas disputas entre as os prelados de ambas as arquidioceses, que chegaram a levar a pios patrocínios (furto de relíquias das ossadas de santos e de outros símbolos católicos). Atualmente, as rivalidades estão ultrapassadas, até pela intervenção que há duas décadas tiveram o arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, e o vigário-geral da Arquidiocese e Deão da Sé de Braga, D. Eduardo de Melo Peixoto, ambos já falecidos depois dos acordos recíprocos e que passaram pela devolução a Braga de bens religiosos imateriais como são as ossadas.