1. Parece que, no próximo dia 6 de Outubro, não vale a pena os portugueses mobilizarem-se para votar: o sistema já decidiu por nós – António Costa será primeiro-ministro de Portugal por mais quatro anos, desejavelmente com maioria absoluta. O sistema está ansioso, está acendendo velinhas, rezando aos deuses (em que a maioria dos protagonistas deste sistema decrépito e cada vez mais corrupto não acredita) para que António Costa alcance uma maioria esmagadora nas próximas eleições. Por eles, suspender-se-ia já o acto eleitoral, poupar-se-ia uns milhares de euros (isso da democracia é muito caro e chato!) e entronizar-se-ia, ad eternum, o Primeiro-Ministro Sol, António Costa. Para quê chatices com indefinições sobre o futuro político português, para quê garantir a representatividade e o pluralismo democrático, quando temos António Costa, o mais fiel, obediente e eficiente executor das ordens do sistema de interesses especiais que nos tem governado nos últimos anos? O sistema quer António Costa – e António Costa vai brincando com os portugueses. Veja-se a forma displicente como o líder socialista (deste PS vendido ora aos interesses da extrema-esquerda, por gratidão, ora aos interesses especiais do sistema, por imposição) se tem comportado na presente campanha eleitoral, com um snobismo impróprio para um dos momentos mais relevantes e significativos da vida democrática.
2. Não esqueçamos que António Costa tem a sua assinatura em todos os períodos mais negros, mais degradantes e mais deploráveis da história democrática portuguesa – por isso, o sistema o acarinha tanto. Pântano de Guterres? António Costa esteve lá. Bancarrota de Sócrates e outras histórias ainda por explicar do ex-primeiro-ministro socialista? António Costa foi protagonista activo. Trapalhadas, com um número recorde de membros do Governo constituídos arguidos, do presente executivo português? António Costa é o líder deste Governo que transformou a democracia numa aristocracia socialista, transformando o sangue azul de outrora pelo sangue rosa de agora. Quem tem sangue rosinha (isto é, quem é militante socialista ou familiar de militante socialista), dispõe de privilégios especiais de participação política, de aproveitamento de bens sociais, de utilização de recursos do Estado (ou seja, de todos nós), para além de várias regalias que os poderes privados subservientes ao aparelho socialista gostam de oferecer à aristocracia rosinha. É, pois, neste contexto (e por causa dele) que constatamos que o Expresso (que de farol de liberdade passou a mera agência de propaganda socialista, tentando manobrar a democracia a favor da esquerda e da extrema-esquerda) utiliza, ardilosamente, truques antigos de manipulação em artigos que deveriam ser “notícias”. Um exemplo? Posteriormente ao debate televisivo entre António Costa e Rui Rio, o Expresso e a SIC Notícias elogiaram a postura de Costa, ao mesmo tempo que denunciavam a “cedência à demagogia” de Rui Rio. O quê? Cedência à demagogia? Ora, isto foi escrito numa notícia, não num artigo de opinião – as notícias pautam-se pela objectividade, pela neutralidade imparcial. O jornalista do Expresso sente-se tão à vontadinha para fazer o jogo do PS de Costa que resolveu emitir a sua opinião, estritamente subjectiva, numa notícia! Ao que chegou o Estado socialista!
3.Pois bem, caríssimos(as) leitores(as), este é o cenário com que nos confrontamos no presente: um sistema – conjunto de interesses especiais que manobram nos bastidores da política, sempre em favor deles próprios e em prejuízo do povo português – que se mobiliza a favor de António Costa, publicando sondagens, notícias e outro material propagandístico, ao serviço da campanha socialista. Nunca em Portugal a promiscuidade entre os média e a campanha de um partido político foi tão evidente – e tão pornograficamente descarada. Eles querem António Costa, com maioria absoluta, no poder. Por mais quatro anos e, por vontade do sistema, com maior longevidade que o outro António (de Oliveira Salazar). Os interesses especiais lá saberão por que amam tanto Costa…Agora, nós, o povo português, temos de assumir uma escolha fundamental: queremos ser meras marionetas do sistema, meros bonequinhos que faz a vontade ao sistema, moral e politicamente, corrupto que nos governa, fazendo-lhes a vontade de dar a tão desejada maioria a Costa (que, no fundo, é outra marioneta voluntária do sistema que serve com prontidão); ou queremos ser cidadãos, livres e esclarecidos, que lutam pelos interesses de todos nós, das suas famílias, que não se deixam manipular pelo sistema, que sabem pensar por si próprios, que votam pelo seu futuro, pelo futuro de Portugal. Nós, que não queremos um país em que ser membro do PS ou familiar do PS é o critério decisivo para subir na vida, em detrimento do mérito, temos de nos mobilizar para dizer “não!” a este PS, que capturou o Estado, e aos interesses especiais que se limita a servir.
4. Está pensando em votar PS no próximo dia 6? Então, faça o seguinte: olhe o seu filho, o seu neto nos olhos e diga-lhe que vai votar neste PS. Se tiver coragem de admitir ao seu filho, ao seu neto, que vai votar no partido que tem um ex-líder acusado de corrupção; que tem um número recorde de ex-membros do actual executivo arguidos em processos judiciais; que fez das relações familiares o critério decisivo no acesso a cargos públicos, negando não só o 25 de Abril, como o 5 de Outubro de 1910; que nos vai condenar a nova crise económica-financeira em breve; que nos empurrou para o pelotão da Europa em termos de crescimento económico; que desmantelou, de facto, o serviço nacional de saúde, prejudicando os mais desfavorecidos; que transformou os professores em meros burocratas autómatos, diminuindo a qualidade do sistema educativo para fazer fretes aos radicais ideológicos que os apoiam; que continua vendendo o nosso país à China, sabe-se lá porquê; que reagiu à morte de mais de uma centena de portugueses, culpando as vítimas e remetendo as culpas para a Altice (!) – então, vá em frente, tem no PS a sua gente. Caso contrário, se não tiver coragem de assumir que vai votar no partido que fez da corrupção, moral e política, o seu critério de acção (a outra ver-se-á no sítio próprio) ao seu filho e neto, reconsidere – o seu imperativo de cidadania vai certamente recomendar outro sentido de voto. Por favor, pense duas vezes, antes de voltar a cometer um novo erro histórico que tanto nos fará mal. Lembra-se de José Sócrates, em 2009?
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Escreve à terça-feira