O Departamento Central de Investigação e Ação Penal está também a analisar outros contratos celebrados pela Proteção Civil e pelo Ministério da AdministraçãoInterna (MAI), além dos dos kits e golas. Uma das adjudicações realizadas para o novo sistema de alerta das populações por mensagem escrita está também a ser passada a pente fino pelos investigadores, segundo noticiou o Público.
O MAI terá celebrado contratos com as operadoras Meo, Nos e Vodafone no valor de 735 mil euros (valor sem IVA) para as comunicações móveis e adjudicou o serviço de desenvolvimento do sistema nacional de alerta a uma empresa que aparentemente não presta este tipo de serviços. Trata-se da Fast Yubuy e o ajuste direto foi celebrado por 74 mil euros (valor sem IVA). A investigação, que não tem dúvidas sobre os contratos com as operadoras, terá estranhado este último contrato.
Atraso com novo sistema de mensagens foi notícia Em maio, o semanário SOL escreveu que as operadoras de telecomunicações ainda aguardavam notícias para perceber como se iria desenrolar este ano a difusão de alertas de fogos às populações. Isto, porque o sistema de SMS já havia demonstrado alguns problemas no último ano, mas o novo sistema que o MAI pretendia implementar ainda estava longe de ser posto em prática.
O SOL apurou que na altura a nova ferramenta – Cell Broadcast, que permite tirar uma espécie de fotografia do local em que está cada um dos telemóveis – havia sido encomendada pelos três operadores à Ericsson. Mas atrasos na adjudicação do serviço por parte do Ministério da Administração Interna aos três operadores impediam que a nova solução fosse posta em prática.
No ano passado os alertas por SMS levantaram alguns problemas, havendo casos em que o aviso demorou 12 horas a chegar aos destinatários.
No mês de maio, o Ministério da Administração Interna disse. porém, ao SOL que o sistema de SMS estava a funcionar, sem referir os problemas. Mas admitiu melhorias para o desenrolar de 2019: “Durante o ano de 2019, este sistema contemplará algumas melhorias técnicas face ao sistema utilizado em 2018, que se irão refletir na sua possível utilização para qualquer tipo de ocorrência”.
A tutela anunciava ainda: “Este serviço irá também permitir, a médio prazo, a emissão de avisos com base na localização do cidadão para zonas de risco de menor abrangência, permitindo tornar mais rigoroso e preciso o conteúdo dos SMS”.
Na altura, confrontado pelo SOL com os alegados problemas e atrasos na implementação do Cell Broadcast, o diretor executivo da Ericsson, Luís Silva, limitou-se a dizer que “o relacionamento da Ericsson é com as operadoras”, acrescentando “não ter conhecimento de qualquer problema”.