Tensão na RTP. Programa de Sandra Felgueiras fora do ar

Tensão na RTP. Programa de Sandra Felgueiras fora do ar


Canal público diz que o programa Sexta às 9 não foi suspenso, mas fonte da RTP garante ao i que se vive um clima de tensão na redação.


O clima de tensão na RTP continua a crescer. Depois de Eduardo Cintra Torres ter afirmado que o programa Sexta às 9, conduzido por Sandra Felgueiras, tinha sido suspenso, o canal público apressou-se a desmentir a informação. No entanto, fonte da RTP garante ao i que o mau ambiente não é de agora e que a direção não está, de facto, contente com o programa de investigação.

Na crónica que escreve para o Correio da Manhã, Eduardo Cintra Torres refere que existem “fios invisíveis” que sugerem que a direção da RTP tem assumido uma “servidão voluntária” perante o Governo de António Costa. “Há também fios visíveis. O mais significativo é a suspensão do programa de jornalismo de investigação Sexta às 9, de Sandra Felgueiras. O programa está suspenso. Teve 24 edições este ano, mas a última foi a 19 de julho.

Não voltou em setembro. O programa incomoda Flor Pedroso, porque incomoda o poder”, escreve o comentador.

Apesar de, a 20 de agosto, ter sido anunciado na sua página oficial no Facebook que iria regressar em breve, a verdade é que o programa não voltou em setembro e continua sem estar na grelha de programação. O i tentou contactar Sandra Felgueiras para obter mais esclarecimentos, mas sem sucesso.

Questionada pelo i, a direção de informação da estação pública desmente a informação avançada por Cintra Torres, explicando que em causa estão ajustes da grelha em função da atualidade: “A direção de informação desmente a suspensão de qualquer programa sob sua responsabilidade. Houve e continuará a haver ajustes de programação em função da cobertura da campanha eleitoral. Todas as alterações foram articuladas com os responsáveis dos vários programas”.

Tensão na redação A verdade é que existe, de facto, um clima de tensão na RTP, nomeadamente com a equipa do Sexta às 9. O i sabe que temas abordados no programa – como o caso do “Familygate” no Partido Socialista e o negócio do lítio – deixaram a direção incomodada.

“Há uma relação tensa e é notório o desinvestimento no programa, nomeadamente na equipa. A direção de informação não acha piada a nada que ponha em causa o poder”, garante uma fonte do canal público.

A mesma fonte concorda com Eduardo Cintra Torres, que diz na sua crónica que o programa de Sandra Felgueiras foi um “alvo cirúrgico”. “O Linha da Frente, que também é um programa de investigação, regressou em setembro. Se a justificação é a campanha eleitoral, não se percebe como se suspende um e o outro não”, diz ao i fonte da RTP.