A seleção nacional partiu na última madrugada para Miyazaki, cidade japonesa onde a partir deste sábado, e até ao dia 15, se disputarão os ISA World Surfing Games – o Mundial de seleções organizado pela Federação Internacional de Surf. Em jogo estará, todavia, um objetivo de dimensão superior: o apuramento para os Jogos Olímpicos do próximo verão, em Tóquio – será a estreia da modalidade nas Olimpíadas.
São oito as vagas atribuídas pelo Mundial, a distribuir pelos melhores surfistas de cada continente (quatro para a competição masculina e quatro para a feminina). Fora destas contas está já a América do Sul, que teve uma quota atribuída nos Jogos Pan-Americanos – no caso, para o Peru. A competição japonesa, ainda assim, não representa a última oportunidade para conquistar o apuramento: ainda será possível obtê-lo no torneio mundial de 2020.
Para o Mundial, que contará com uma participação recorde de 55 nações (e com nomes de peso, como Kelly Slater ou o brasileiro Gabriel Medina, atual campeão mundial), o selecionador David Raimundo convocou seis atletas: Miguel Blanco, Carol Henrique, Teresa Bonvalot, Yolanda Sequeira, Frederico Morais e Vasco Ribeiro – os dois últimos juntam-se mais tarde à comitiva, pois estiveram a participar na etapa do QS (circuito de qualificação mundial da World Surf League) de Pantin, em Espanha. “Este é o primeiro Campeonato do Mundo da história do surf que qualifica para uns Jogos Olímpicos, pelo que o seu significado é imenso. Portugal leva até ao Japão um lote de atletas que representa o que de melhor tem sido feito no surf português desde há vários anos”, considera João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf.
Feitos que alimentam a esperança A principal referência da seleção nacional é, obviamente, Frederico Morais, 31.º classificado do ranking mundial e o segundo surfista português para o World Tour, o principal circuito mundial de surf, onde já concorre há três anos (este ano como suplente, depois de ter sido despromovido em 2018). Vasco Ribeiro, orientado por Tiago “Saca” Pires, conta no seu currículo com um título mundial de juniores e uma medalha de prata em sub-18 no Mundial de Juniores da ISA, além de vários títulos nacionais, e Miguel Blanco é o atual campeão nacional. “Estou numa fase boa e apostado em ser o melhor europeu em prova”, atirou antes da partida para o Japão.
No quadro feminino, Teresa Bonvalot continua a ser, aos 19 anos, a grande esperança nacional a uma presença no World Tour feminino, ela que entrou para a história quando se sagrou campeã nacional com apenas 14 anos – e bicampeã no ano seguinte. Carol Henrique, igualmente com dois títulos nacionais no currículo, foi a primeira portuguesa a conquistar o título europeu do WQS (2017), e Yolanda Sequeira é a campeã nacional em título, tendo vencido há poucos dias o WQS 1000 de Newquay, em Inglaterra.