Centeno foi convencido por Costa a ficar

Centeno foi convencido por Costa a ficar


Mário Centeno deverá continuar no Governo depois de Costa ter feito tudo para o manter. Socialistas pedem «maioria sólida» e já falam no risco de instabilidade política.


António Costa quer continuar a contar com Mário Centeno na próxima legislatura. Tal como o Presidente Marcelo, e apesar das declarações públicas de apoio à nomeação de Mário Centeno para a liderança do FMI, também António_Costa não mostrou grande empenho na candidatura. E a verdade é que o primeiro-ministro respirou de alívio com a notícia de que o seu ministro das Finanças estava fora da corrida ao FMI. Aliás, o SOL_aputrou que Costa  já terá convencido Centeno a ficar, pelo menos durante parte da legislatura.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve sempre solidário com o primeiro-ministro durante o processo de escolha do candidato europeu à liderança do FMI. E o primeiro-ministro assumiu, quando o ministro português ainda estava na corrida, que essa «é hipótese mas não é objetivo».

O primeiro-ministro nunca escondeu que não está nos seus planos mudar de ministro se vencer as próximas eleições legislativas. «No ponto de vista interno não há razões para que não prossiga as suas funções e também do ponto de vista externo, sendo presidente do Eurogrupo, cessar essas funções prematuramente», disse, em maio, numa entrevista à TSF.

Mário Centeno nunca assumiu publicamente a vontade de continuar no Governo. «Vamos deixar terminar a legislatura e lá mais para setembro falamos sobre isso», disse, numa entrevista à SIC, no final de março.

Centeno ficou colado à ideia das contas certas e essa é uma das bandeiras dos socialistas para a campanha eleitoral. O ministro das Finanças não aceitou, porém, liderar nenhuma lista. Quando foi noticiado que poderia ser cabeça-de lista em Faro, o Ministério das Finanças apressou-se a desmentir com a garantia de que «a notícia não tinha qualquer fundamento».

O presidente do Eurogrupo aceitou entrar nas listas, mas num lugar mais discreto. É candidato a deputado, mas ocupa o quinto lugar na lista pelo círculo de Lisboa. À frente do ministro das Finanças estão António Costa, cabeça-de-lista, Edite Estrela, Eduardo Ferro Rodrigues e Mariana Vieira da Silva.

A continuidade de Centeno no Governo não agrada, porém, a todos os socialistas. Há mesmo dentro do Governo quem preferisse que António Costa aproveitasse para o substituir por alguém que apostasse numa estratégia mais expansionista.

Os socialistas, que entregaram ontem a lista de candidatos por Lisboa, pediram uma ‘maioria sólida’ ao eleitorado.

Carlos César, mandatário nacional, defendeu que o PS precisa de «uma maioria sólida que permita que este caminho não seja adulterado por exigências excessivas de outros partidos».

César alertou que «o pior que poderia acontecer seria o PS ter uma votação frágil» que colocasse o país numa situação semelhante à espanhola.