O último verão do milénio

O último verão do milénio


O i consultou algumas edições dos jornais publicados em 1999 e mostra-lhe o que fez manchete nessa altura.


O mundo estava ansioso por saber como seria a viragem do ano. Os computadores iriam estoirar? Os relógios iriam parar? O eclipse que se avizinhava era um sinal do fim dos tempos? Não havia resposta para todas estas questões, por isso, o melhor era continuar a viver normalmente. Camarate continuava a ser tema nos jornais e Salazar ia perdendo adeptos. Timor estava ao rubro e, nos EUA, a maldição dos Kennedy fez uma nova vítima. No mundo do cinema, celebrava-se quem tinha partido e dava-se oportunidade às novidades.

As viagens Fantasma e os Batmen – Público: O então presidente da Câmara Municipal de Gaia, Luís Filipe Menezes, era uma das figuras políticas envolvidas no caso das viagens fantasma, envolvendo vários deputados que recebiam verbas do Parlamento para a realização de deslocações que, supostamente, nunca aconteceram. O caso foi arquivado em outubro.

O último eclipse do milénio – Público: Foi um dos grandes momentos de 1999. Estava tudo ansioso por usar os óculos especiais – algumas publicações, como o Diário de Notícias, ofereciam um par na compra do jornal – e ver o último grande fenómeno natural antes da viragem do milénio. Foram muitas as teorias de conspiração associadas a este evento, mas a verdade é que foi um eclipse solar como todos os outros…

Camarate e Salazar – Diário de Notícias: Em 1999, 74% dos portugueses queriam uma nova investigação à morte de Francisco Sá Carneiro. Outro assunto em destaque foi a romaria ao Vimieiro. Este ano, a autarquia aposta na abertura do Museu Salazar, mas há 20 anos cada vez menos pessoas mostravam interesse na peregrinação à sepultura do antigo ditador.

Rumo à independência – Visão e Diário de Notícias: 30 de agosto de 1999 ficará para a história como o dia em se realizou o referendo sobre a independência de Timor-Leste. O sim ganhou com 78,5% dos votos. O Governo indonésio aceitou o resultado em outubro desse ano. 

Nova lista telefónica – Público: A mudança foi só em outubro, mas no verão já estavam todos entusiasmados com as mudanças nos números de telefone fixo – os telemóveis já começavam a ser mais comuns, mas o mais normal era ligar-se para casa da outra pessoa. A venda de agendas telefónicas deve ter disparado…

Uma história de amor intemporal – Público: Foi no verão de 1999 que se estreou um dos maiores blockbusters de sempre. Notting Hill fez de Hugh Grant – que já tinha dado nas vistas em Quatro Casamentos e um Funeral – uma superestrela. Julia Roberts já na altura dispensava apresentações.

A maldição dos Kennedy voltou a atacar – Visão: O mundo parou em frente à televisão a ver as cerimónias fúnebres de John F. Kennedy Jr. O filho do antigo Presidente dos EUA – assassinado em 1963 – morreu aos 38 anos, depois de o avião onde seguia com a mulher, Carolyn, e a cunhada, Lauren, se despenhar ao largo da costa de Martha’s Vineyard, nos EUA.

100 anos de genialidade – Público: No mundo da cultura, o verão de 1999 ficou marcado pelo centenário do nascimento de Alfred Hitchcock, aquele que é considerado por muitos um dos maiores realizadores do séc. XX. O “mestre do suspense”, como ficou conhecido, morreu em abril de 1980, aos 80 anos.

Um milhão de contos e 600 novos empregos – Diário de Notícias: Em pleno verão de 1979 abre o Casino da Madeira, situado no Funchal, obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Nascia assim um novo complexo luxuoso, que custou cerca de um milhão de contos e criou 600 postos de trabalho. O espaço incluía também um cine-teatro e o Casino Park Hotel. Abre ao público numa altura em que o Governo anunciava o aumento de turistas no país.