Transferências. Um empréstimo milionário e o regresso do Super Mario em nome dos pais

Transferências. Um empréstimo milionário e o regresso do Super Mario em nome dos pais


Bayern de Munique pagou 8,5 milhões de euros para ter Coutinho por um ano. Enquanto isso, Balotelli assinou pelo Brescia com um único objetivo: colocar um sorriso na cara da mulher que lhe deu tudo.


Ainda faltam duas semanas para o fecho do mercado de transferências nos principais campeonatos europeus (à exceção do inglês, que a partir deste ano encerra antes do início da Premier League), mas é garantido que irão existir novidades a um ritmo diário durante esse período – umas mais suculentas que outras, é um facto. Ontem, por exemplo, dois nomes dominaram as atenções: Philippe Coutinho e Mario Balotelli.

Coutinho, de 27 anos, admitiu finalmente que a passagem pelo Barcelona não correspondeu às expectativas criadas pelo próprio e pelos amantes de futebol, que ansiavam por ver replicadas no Camp Nou as exibições magistrais do internacional brasileiro nos seis anos que passou no Liverpool. O criativo canarinho acabou por nunca se conseguir afirmar totalmente nos blaugrana, apesar dos 76 jogos e 21 golos somados em época e meia, e vai este ano partilhar o balneário com Renato Sanches no Bayern de Munique – isto, claro, no caso de o médio português não sair até ao fim do mercado, ele que semana sim, semana sim não esconde o desejo de fazer as malas e ir para um clube onde possa ter mais minutos.

O que mais impressiona na troca de Coutinho – que ficará com a camisola 10, anteriormente pertença do mítico Arjen Robben – são os contornos do negócio. Pela cedência de um ano, o Bayern vai pagar ao Barcelona 8,5 milhões de euros (mais a totalidade dos encargos relativos ao salário do jogador), ficando os bávaros com opção de compra no final da época por 120 milhões. Em janeiro de 2018, recorde-se, o Barça pagou 145 milhões de euros ao Liverpool pelo internacional brasileiro, no que se mantém como a segunda maior transferência da história do futebol – só atrás dos “obscenos” 222 milhões pagos pelo PSG ao mesmo Barcelona por Neymar poucos meses antes.

O filho pródigo E depois há Balotelli, inquestionavelmente uma das personagens mais polémicas da última década no futebol mundial. Terminado o contrato de curta duração com o Marselha, e depois de encerradas as negociações com o Flamengo de Jorge Jesus, o internacional italiano acabou por decidir regressar a casa. Literalmente: não só irá jogar em Itália, como o vai fazer em Brescia, a cidade onde foi acolhido em criança por um casal de benfeitores.

“Joguei mais anos fora do que em Itália. A minha mãe chorou quando lhe disse que tinha a possibilidade de assinar pelo Brescia. Perguntei-lhe o que achava e ela simplesmente começou a chorar. Está muito feliz. O meu pai era natural de Brescia, apoiava a equipa e sempre teve o sonho de me ver jogar com esta camisola. Por isso, acho que ele ficaria contente. Brescia é a minha cidade, por isso, penso que me pode dar mais do que o que recebi noutros sítios, tal como eu posso dar muito mais ao Brescia do que dei até agora”, frisou o Super Mario.

De acordo com a imprensa italiana, a proposta do Brescia, recém-promovido à Serie A, era 30 por cento inferior à do Flamengo. Terá sido mesmo a questão sentimental a pesar na escolha final do avançado, nascido há 29 anos em Palermo, filho de imigrantes ganeses que se mudaram dois anos depois para Brescia. Sem possibilidades financeiras, decidiram dar o jovem Mario para adoção quando este tinha apenas três anos e foi o casal Balotelli a acolher o menino que mais tarde adotaria o sobrenome e o levaria ao topo do futebol mundial. Onde ainda quer voltar, como fez questão de sublinhar na apresentação pelo novo clube: “Estou completamente focado em estar na seleção italiana que vai disputar o Euro 2020. Tenho zero medo de falhar”.