1. Vivemos um momento histórico: a esquerda está (toda) a sair do armário e a mostrar a sua verdadeira índole. Noutros tempos, as insinuações de que os esquerdistas não passavam de saudosistas dos sistemas totalitários de outrora, desejando o aparecimento de um novo “homem todo-poderoso” de bigode (seja ele Adolf Hitler, seja ele Estaline), poderiam não passar de teorias da conspiração; hoje, porém, afirmar que a esquerda é radical, autoritária e antiliberal é tão-somente constatar um facto. E, infelizmente, a comunicação social vai na onda, alimentando o crescimento dos seus camaradas, não se apercebendo do monstro que está alimentando. E o monstro do radicalismo, da intolerância inqualificável, do racismo voraz, da xenofobia mais cobarde, do antissemitismo mais primário (parece que decalcado sem filtro do Mein Kampf), tem rosto: a nossa já conhecida Ilhan Omar, a representante do 5.o distrito congressional do estado do Minnesota.
2. A representante Ilhan Omar é credora de todo o nosso respeito e admiração: chegando aos EUA com o estatuto de refugiada, proveniente da Somália, completou a sua formação académica em território norte-americano. Imbuída dos valores mais proeminentes do americanismo, Ilhan Omar cedo começou a intervir social e politicamente na vida da sua comunidade, logrando, com uma campanha de proximidade, ser eleita para a câmara baixa do Congresso dos EUA. Se a história de vida de Ilhan Omar é exemplar, se a sua consciência cidadã é de louvar, já o seu historial político é verdadeiramente de lamentar. A representante do Minnesota é a versão norte-americana de Catarina Martins, com uma dose extra de radicalismo, de fanatismo, de ódio contra os judeus e, em geral, contra todos os não muçulmanos. No fundo, Ilhan Omar é uma espécie de filha perfeita que resultaria do acasalamento – possível em caso de entrecruzamento da História (cruzes, credo!) – entre Adolf Hitler e uma jiadista islâmica, com o apadrinhamento de David Duke, líder dos racistas do KKK. De facto, Ilhan Omar é a personificação do paradoxo que confronta as sociedades ocidentais modernas em geral e a norte-americana em particular. Tal paradoxo consiste na natureza dúbia das crenças e convicções de Omar.
2.1 Por um lado, Ilhan Omar é a prova viva da boa integração de imigrantes na sociedade norte-americana, da tolerância e generosidade dos EUA: isto é observável na absorção dos valores que compõem e dão forma ao “excecionalismo americano”, na mobilização da sociedade civil, no exercício sem freios dos seus direitos civis, na crença de que não há barreiras para se atingirem os sonhos que esboçamos para as nossas vidas, no desafio permanente à autoridade que são próprios das sociedades onde a liberdade impera e os fundamentalismos se rejeitam. Por outro lado, Ilhan Omar – sendo uma representante da democracia norte-americana – comporta-se como uma dirigente de elite de organizações terroristas antiamericanas e selvagens como o Hezbollah, o Hamas ou a Irmandade Muçulmana. A sua retórica de ódio ao sistema de valores dominante nos EUA, à economia de mercado, até à democracia e à liberdade religiosa (que ela, mais do que qualquer outro político eleito norte-americano, deveria querer preservar), a sua visão da história e do significado político-ideológico dos EUA como uma nação repleta de vícios, de crimes cometidos contra outros povos, como uma comunidade moralmente depravada e inferior, aproxima-a da retórica inflamada de qualquer terrorista islâmico que é uma ameaça à segurança internacional. Neste sentido, Ilhan Omar, apesar de a sua vida ser um produto típico e só possível nos EUA, revela, no seu discurso, ser profundamente antiamericana.
2.2 E o antiamericanismo de Ilhan Omar tem na sua génese uma forma qualificada e deplorável de racismo e ódio: o antissemitismo. A refugiada da Somália, que os EUA acolheram com inexcedível generosidade e tolerância, tornando-a cidadã de pleno direito e sua representante política, imputa os males da nação americana à preponderância dos “benjamins”, expressão pejorativa com que Omar se refere aos judeus. A representante do Minnesota gostaria, pois, de construir um mundo que fosse judenfrei – o mesmo mundo por que Adolf Hitler tanto se empenhou nas décadas de 30 e 40 (com o seu camarada Estaline a prosseguir o seu trabalho posteriormente), lançando o terror e a barbárie na Europa. E manchando, com morte e vergonha, a face da humanidade para a posteridade: eis a lição de história que Ilhan Omar ignora. É um triste sinal dos tempos: o antissemitismo mais primário, mais boçal, mais aterrorizante está sentado no Congresso da maior democracia do mundo. Nem se diga que Ilhan Omar é apenas uma crítica de Israel, enquanto Estado, sendo respeitosa e tolerante para com o povo judeu: os factos evidenciam que Omar expressa a corrente mais radical e tenebrosa do antissemitismo, fazendo-nos recuar aos tempos negros do discurso do nacional-socialismo. É que Omar ataca os judeus nos EUA, ataca a (pseudo)influência dos judeus na Europa e até ataca os judeus no seu próprio Estado, que é Israel. Ilhan Omar esquece-se que – ao contrário do que se verifica em Israel, onde o povo judeu convive pacífica, tolerante e fraternamente com concidadãos muçulmanos – muitos dos Estados que ela venera recusam a entrada de pessoas apenas por… possuírem um passaporte israelita. Mais: Estados como o Irão recusam a entrada no país de pessoas (independentemente da nacionalidade) que tenham estado, mesmo que em simples viagem de fruição cultural, em Israel! Haverá racismo e ódio mais viscerais que estes? Não! No entanto, Ilhan Omar fica calada perante tamanho racismo. Não foi por acaso que o Irão e outros países islâmicos deram guarida e proteção a ex-políticos e soldados nazis: a sua luta é a mesma. Que o mundo fique judenfrei.
3. O que é triste é que a comunicação social – sempre pronta a atacar os não socialistas por dizerem o óbvio, com factos e dados não controvertidos, apelidando-os de extremistas e fascistas – tenha alinhado, acriticamente, com Ilhan Omar. Se é de extrema-esquerda, só pode ser boazinha. Moralmente, apoiar Ilhan Omar é o mesmo que apoiar a lunática Miss Hitler que esteve em Lisboa na semana passada. Ilhan Omar é a Miss Hitler um pouco mais fofinha, mas não menos perigosa. O ódio antissemita desta Miss Hitler somalo-americana e da extrema-esquerda aliada dos terroristas (que representa) terá de ser inapelavelmente derrotado. A reeleição do Presidente Donald Trump em 2020 servirá para dizer “you’re fired!” a todos os aiatolas do terror e do ódio. Estejam eles onde estiverem…
joaolemosesteves@gmail.com
Escreve à terça-feira