A morte do milionário norte-americano Jeffrey Epstein, de 68 anos, acusado de gerir um círculo de tráfico sexual de menores para os ricos e poderosos “foi demasiado conveniente”, acusou o presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio. “O que nós queremos saber é: o que é que ele sabia?”. De Blasio questionou também: “Quantos outros milionários e bilionários foram parte das atividades ilegais em que ele estava envolvido?”.
O presidente da Câmara de Nova Iorque é um dos muitos com suspeitas quanto ao aparente suicídio de Epstein, enquanto estava detido. Horas depois da notícia, o hashtag #Epsteinmurder – ou homicídio de Epstein – esteve no top dos mais usados no Twitter. Muitos utilizadores salientaram que as festas do milionário eram frequentadas por nomes como Bill Clinton, o príncipe Andrew, do Reino Unido, e o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O próprio Trump retweetou teorias infundadas de que a família Clinton seria responsável pela morte de Epstein.
Hoje em dia, o Presidente garante não ser “fã de Jeffrey Epstein”, devido a desentendimentos há “12 ou 15 anos atrás”. Mas em 2002 referiu-se ao milionário como “um tipo incrível”. “Dizem que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu gosto, e muitas delas são mais novas”, disse Trump à New York Magazine.
Vigilância? Epstein morreu na manhã de sábado, pouco depois de ser encontrado insconciente na sua cela, no Metropolitan Correctional Center, em Nova Iorque – considerada uma das prisões mais seguras do país. O milionário enfrentava uma possível pena de até 45 anos de prisão, e terá sido colocado sob vigilância apertada, após ser encontrado com ferimentos no pescoço, num incidente investigado como tentativa de suicídio.
Como tal, a morte de Epstein provavelmente terá sido gravada pelas câmaras, de acordo com Preet Bhara, antigo procurador federal em Manhattan. ”Quem estava a ver? O que mostram as câmaras? É inconcebível que Epstein se tenha conseguido enforcar”, escreveu no Twitter o ex-presidente da Câmara de Nova Iorque Rudy Giuliani, que sugeriu: “Sigam os motivos”.
Testemunhos Nem todos os segredos de Epstein serão enterrados com ele. Várias alegadas vítimas têm vindo a público. Virginia Giuffre revelou como o milionário a manteve como “escrava sexual”, após ser recrutada pela namorada de Epstein, a socialite Ghislaine Maxwell, sob o pretexto de aprender a ser massagista. As sessões da adolescente com Epstein rapidamente se terão tornado em sessões de abuso sexual.
Outro testemunho foi de Juan Alessi, ex-empregado doméstico de Epstein, que afirmou ter visto “mais de 100” raparigas ao serviço do milionário. Alesi estava encarregue de limpar o quarto depois das supostas sessões de massagens, tendo encontrado “vibradores ou brinquedos sexuais” em diversas ocasiões. Uma das várias alegadas vítimas de Epstein, Johanna Sjoberg, garantiu que o milionário lhe terá dito que “precisava de ter três orgasmos por dia. Era biológico, como comer”.
Ricos e poderosos Giuffre disse ter sido presionada a ter relações sexuais com figuras destacadas. Como o ex-governador do Novo México Bill Richardson, o ex-líder dos democratas no Senado George Mitchell, o investidor Glenn Dubin e o príncipe Andrew, terceiro filho da rainha Elizabeth. A alegada vítima também terá sido pressionada para ter sexo com “outro príncipe”, um “Presidente estrangeiro”, um “conhecido primeiro-ministro” e o dono de “uma grande cadeia de hoteis francesa”. Até agora, todos os negaram as alegações e nenhum foi acusado pela justiça.