Os serviços do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa têm sido um foco de enorme desconfiança por parte de todos quantos se dirigem.
Desde críticas pelos tempos de resposta a suspeitas sobre os seus licenciamentos.
Em setembro de 2018 alertei que a alteração aos regulamentos da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) esvaziavam as principais competências do vereador do Urbanismo, transferindo-as para uma entidade que não se encontrava sujeita aos modelos de escrutínio vigentes na administração pública.
Também denunciei que era muito pouco transparente que o próprio vereador do Urbanismo estivesse presente no conselho de administração desse mesmo organismo.
Agora, o vereador Manuel Salgado, em plena crise de credibilidade do pelouro do Urbanismo, tendo mesmo recusado a minha proposta de sindicância aos serviços urbanísticos da CML, anuncia que entende que atingiu uma idade que o deve obrigar a maior recato, tendo mesmo o desplante de afirmar que “esta decisão foi tomada no mandato anterior”, o que significa que quando, há menos de um ano, alteraram os estatutos da SRU e Salgado foi nomeado seu administrador, o vereador e o presidente já sabiam que ele sairia da CML em julho de 2019.
Também muito se estranha o facto de, com tanta preparação, colocarem o nome do seu substituto apenas em 15.o lugar na lista, obrigando a quatro renúncias de mandato por parte daqueles que a lei obriga a assumir o lugar vago.
Com isto, e mais uma vez, o PS enganou a Assembleia Municipal, enganou os lisboetas e, de forma premeditada, construiu um novo modelo para acomodar uma “reforma urbanística” para o vereador Manuel Salgado, livre do escrutínio público.
A este presidente de câmara não resta outra opção senão retirar o arq.o Manuel Salgado da SRU, esperando depois que não se assista à maior ironia de o ver nomeado para o IHRU.
Presidente da Junta de Freguesia da Estrela