Santana quis conversar com o centro-direita, mas “passou o tempo”

Santana quis conversar com o centro-direita, mas “passou o tempo”


Líder da Aliança pediu reuniões por “imperativo patriótico” no combate à esquerda. Do PSD nem houve resposta. Ficou a zeros


A 24 de julho Pedro Santana Lopes completava quase três semanas na estrada a recolher contributos para o programa eleitoral da Aliança, partido que dirige desde fevereiro. Aí percebeu que era altura de lançar mais um apelo – aparentemente o último – para os partidos de centro-direita se sentarem à mesa e conversar. O objetivo era tentar encontrar soluções para travar a hipótese de a esquerda vir a ter dois terços do Parlamento, a partir de outubro. Volvidas mais de duas semanas, Santana Lopes afiança ao i que o “assunto está ultrapassado”. Ou seja, “passou o tempo” para insistir nos apelos a acordos ou qualquer tipo de convergência.

Do PSD, por exemplo, ninguém respondeu: “Nada do lado do PSD”, assegurou o responsável político que chegou a pedir uma coligação pré-eleitoral com Assunção Cristas, do CDS, e Rui Rio, do PSD, numa entrevista ao SOL, a 24 de fevereiro.

“A proposta formal da Aliança é formar uma coligação a seguir às legislativas. Mas com quem contacto sinto vontade para a direita se unir ainda antes das eleições. No outro dia, no Norte do país, diziam-me: juntem-se, juntem-se. Cada um com as suas causas, com os seus projetos, mas pouco a pouco os dirigentes dos partidos de centro-direita estão a sentir que o caminho deve ser esse. Qualquer 1% ou 2% podem fazer falta para uma maioria absoluta”, defendeu Santana Lopes ao SOL.

Em julho o convite era menos concreto, limitando-se a servir para juntar os principais protagonistas do centro-direita à mesma mesa. Santana Lopes desabafou que até houve “contactos por interpostas pessoas” na esfera do centro-direita, sem especificar. Apesar dos contactos não houve qualquer consequência. “ Na prática [ficou] igual a zero”, sintetizou Pedro Santana Lopes.

Assim, o presidente da Aliança prefere olhar para as próximas etapas. Por exemplo, a entrega das listas da Aliança começará a ser feita já na próxima semana. “Estamos na fase de entrega de listas (…) Passou o tempo” para estar a insistir em convergências.

Questionado pelo i se teme uma crise à direita, tendo em conta a tendência das várias sondagens, Santana Lopes admitiu que “pelas sondagens parece impossível haver 116 deputados [de centro-direita]”, ou seja uma maioria absoluta sem a esquerda. Contudo, o também antigo líder do PSD insistiu que o seu partido irá “lutar pelo melhor”. E o melhor é garantir um grupo parlamentar, se possível com o maior número de deputados possível. À Rádio Observador, Santana Lopes já tinha assumido que o mínimo seriam 2 por cento. “Espero ter mais”, acrescentou ao i, apostado em eleger deputados, pelo menos, em Lisboa ou no Porto.

Agora, a ordem, na Aliança “é não falar mais do que é negativo e falar do que é positivo”.

Um mês com o Levanta-te do Sofá Pedro Santana Lopes iniciou a 1 de julho um conjunto de roteiros temáticos para finalizar o programa eleitoral, com o título “Levanta-te do Sofá”.

Na semana passada, Santana Lopes esteve de visita ao Alentejo e defendeu inclusivamente o aproveitamento do aeroporto de Beja. Na viagem acabou por fazer um vídeo também a denunciar problemas no troço IP8 porque o “nó que liga à A2” está fechado há dois anos. “Falta essa obra fabulosa, acho que está encomendada à NASA, que é um pórtico de portagem para ser cobrada a portagem e as pessoas conseguirem circular”. Trata-se de o troço da A26 , no concelho de Ferreira do Alentejo, que faz ligação ao nó da A2 de Grândola Sul. De realçar que já foram noticiados buzinões em maio deste ano, e o Governo, defendeu, em fevereiro, que a reformulação das portagens competia à concessionária – Brisa– notificada para o efeito.