Os Estados Unidos e os talibãs retomaram este sábado, em reunião celebrada em Doha, no Catar, as negociações para chegar a um acordo de paz. A informação foi dada à AFP pelo porta-voz dos talibãs, revelando esforços no sentido da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, onde se encontram há 18 anos. Em troca, os norte-americanos exigem que os talibãs aceitem um cessar-fogo e cortem todas as relações com a organização terrorista Al-Qaeda.
"Temos conversado e estamos a fazer muitos progressos”, afirmou esta sexta-feira Donald Trump, presidente norte-americano. O Governo de Washington tem vindo a fazer um esforço para alcançar um acordo político com os talibãs antes das eleições presidenciais afegãs, previstas para 1 de setembro, de acordo com o que revelou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em finais de junho, durante visita surpresa a Cabul.
"Nós pretendemos um acordo de paz, não um acordo para uma retirada [militar]. Um acordo de paz que permita a retirada", disse o enviado especial americano para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, através da sua conta da rede social Twitter.
A 27 de julho, o Governo afegão anunciou que iria iniciar em agosto as conversações de paz com os talibãs – estes têm estado a negociar com os Estados Unidos por se negarem a falar com as autoridades de Cabul, que consideram ilegítimas. "As negociações cara a cara entre o Governo do Afeganistão e os talibãs começarão dentro de duas semanas”, informou, em comunicado, o vice-ministério para a paz afegão, com a sua porta-voz, Najia Anwari, a revelar à agência de notícias espanhola EFE que as conversações terão lugar num país europeu, ainda que sem especificar qual.