Queres ter a tola frita? Usa a gola do Cabrita.


Em nome da honestidade intelectual devo começar por dizer que o título deste artigo não é fruto da minha imaginação. Foi talvez o meme que mais vezes vi circular nas redes sociais existentes entre a passada e a presente semana, e que demonstra bem o quão caricata é a situação sobre a qual esta semana…


Em nome da honestidade intelectual devo começar por dizer que o título deste artigo não é fruto da minha imaginação. Foi talvez o meme que mais vezes vi circular nas redes sociais existentes entre a passada e a presente semana, e que demonstra bem o quão caricata é a situação sobre a qual esta semana escrevo. A das supostas golas de proteção em cenário de incêndio que, afinal, de protetoras, ao que parece, pouco têm. Confesso que começa a ser complicado escrever sobre algumas coisas a que todos assistimos em Portugal. É mau demais para ser verdade. A única razão pela qual acredito em certas situações é porque a elas assisto ao vivo e a cores. Caso contrário, não acreditaria. Como é possível distribuir utensílios para suposta defesa individual dos cidadãos e acabarmos todos por perceber que essa mesma distribuição não passou, na verdade, de uma reles operação de marketing político? Eu sei que estamos em eleições não tarda, mas uma coisa é distribuir uma caneta ou um crachá partidário, outra, bem distinta, é distribuir souvenirs que, em última análise, podem matar. Não fosse já isto muito mau, ainda piorou. Sobretudo porque, pelo menos tanto quanto ouvi em vários meios de comunicação social, ao serem mandados fazer estes verdadeiros brindes envenenados, houve quem avisasse que os materiais dos mesmos não reuniam garantia nenhuma de segurança. Alegadamente, ainda assim, seguiu-se para bingo porque, mesmo não prestando, era baratinho. Como o que interessa é calar a boca ao povo a qualquer custo, vamos embora, que para a frente é que é Lisboa. Chego a ter pena da mediocridade que parece imperar no meu país. A mediocridade que parece ser o apanágio dos meus governantes. E digo-o, ao contrário do que se pode pensar, com tristeza. Passada a desgraça de Pedrógão, estamos na mesma. Pouca proatividade, uma verdadeira salganhada no combate aos incêndios, ministros a responderem a presidentes de câmara quando se deviam ocupar de solucionar os problemas existentes, relatos de bombeiros a um passo do esgotamento, meios e efetivos escassos para a dimensão do problema, pessoas com a vida em risco e a perderem os bens de uma vida inteira de trabalho e, agora, as maravilhosas golas em questão. Não obstante, como sempre, quando ouvimos António Costa falar é tudo maravilhas. Estamos na crista da onda. Ou será na crista da lavareda? Eventualmente, ficaria mais contextualizado. Onde vamos nós parar, alguém sabe dizer-me? Tudo isto não é mais que brincar com a vida de todos nós. Mas também me parece, ao olhar para as sondagens existentes, que muitos de nós também parecem gostar que andem a brincar connosco. A gostar e a querer manter a brincadeira. Por isso, já não sei bem de quem é a culpa. Vêm aí eleições e palpita-me que tudo isto se vá manter no mesmo marasmo em que está. Até lá olhem, “se querem ter a tola frita, usem a gola do Cabrita”.

Escreve à sexta-feira

Queres ter a tola frita? Usa a gola do Cabrita.


Em nome da honestidade intelectual devo começar por dizer que o título deste artigo não é fruto da minha imaginação. Foi talvez o meme que mais vezes vi circular nas redes sociais existentes entre a passada e a presente semana, e que demonstra bem o quão caricata é a situação sobre a qual esta semana…


Em nome da honestidade intelectual devo começar por dizer que o título deste artigo não é fruto da minha imaginação. Foi talvez o meme que mais vezes vi circular nas redes sociais existentes entre a passada e a presente semana, e que demonstra bem o quão caricata é a situação sobre a qual esta semana escrevo. A das supostas golas de proteção em cenário de incêndio que, afinal, de protetoras, ao que parece, pouco têm. Confesso que começa a ser complicado escrever sobre algumas coisas a que todos assistimos em Portugal. É mau demais para ser verdade. A única razão pela qual acredito em certas situações é porque a elas assisto ao vivo e a cores. Caso contrário, não acreditaria. Como é possível distribuir utensílios para suposta defesa individual dos cidadãos e acabarmos todos por perceber que essa mesma distribuição não passou, na verdade, de uma reles operação de marketing político? Eu sei que estamos em eleições não tarda, mas uma coisa é distribuir uma caneta ou um crachá partidário, outra, bem distinta, é distribuir souvenirs que, em última análise, podem matar. Não fosse já isto muito mau, ainda piorou. Sobretudo porque, pelo menos tanto quanto ouvi em vários meios de comunicação social, ao serem mandados fazer estes verdadeiros brindes envenenados, houve quem avisasse que os materiais dos mesmos não reuniam garantia nenhuma de segurança. Alegadamente, ainda assim, seguiu-se para bingo porque, mesmo não prestando, era baratinho. Como o que interessa é calar a boca ao povo a qualquer custo, vamos embora, que para a frente é que é Lisboa. Chego a ter pena da mediocridade que parece imperar no meu país. A mediocridade que parece ser o apanágio dos meus governantes. E digo-o, ao contrário do que se pode pensar, com tristeza. Passada a desgraça de Pedrógão, estamos na mesma. Pouca proatividade, uma verdadeira salganhada no combate aos incêndios, ministros a responderem a presidentes de câmara quando se deviam ocupar de solucionar os problemas existentes, relatos de bombeiros a um passo do esgotamento, meios e efetivos escassos para a dimensão do problema, pessoas com a vida em risco e a perderem os bens de uma vida inteira de trabalho e, agora, as maravilhosas golas em questão. Não obstante, como sempre, quando ouvimos António Costa falar é tudo maravilhas. Estamos na crista da onda. Ou será na crista da lavareda? Eventualmente, ficaria mais contextualizado. Onde vamos nós parar, alguém sabe dizer-me? Tudo isto não é mais que brincar com a vida de todos nós. Mas também me parece, ao olhar para as sondagens existentes, que muitos de nós também parecem gostar que andem a brincar connosco. A gostar e a querer manter a brincadeira. Por isso, já não sei bem de quem é a culpa. Vêm aí eleições e palpita-me que tudo isto se vá manter no mesmo marasmo em que está. Até lá olhem, “se querem ter a tola frita, usem a gola do Cabrita”.

Escreve à sexta-feira