Foi escolhido por Marcelo para presidir às comemorações do Dia de Portugal e não escapou à polémica – antes, durante e depois. Agora, diz que a publicação de um livro com os discursos e outros textos é o fechar desse capítulo. O “deem-nos alguma coisa em que acreditar” foi populista? Subiu-lhe à cabeça? Responde às críticas e diz que prefere as explicações simples e não as teorias da conspiração. Fala da força da palavra e de como a valoriza, das homilias às crónicas. Dá a mão à palmatória por não ter visto o alcance da geringonça e o atraso do diabo e fala do combate que não está a ser feito contra a corrupção – e como é aí que vê “caminho aberto” para o populismo.
Ainda está na ressaca do 10 de Junho?
Um bocadinho. A edição do livro é uma espécie de fechar de ciclo. Estou um bocadinho farto de mim próprio. Foram seis meses que acabaram por ser muito intensos. É muito holofote em cima de mim. Depois também tenho a mania de polemizar, escrevi sobre isso várias vezes no Público e é importante uma paragem.
Pesando tudo, como foi a experiência?
Foi ótima, um privilégio. É daquelas coisas que nunca estás à espera que aconteçam na tua vida.
Havia discursos anteriores que o tivessem marcado?
Sou muito crítico dos discursos em Portugal. Não quero ser injusto, os discursos do João Bernard da Costa eram bons e tenho uma grande admiração por ele. Talvez o Barreto esteja mais próximo de mim porque tem uma escrita mais enxuta, mas tirando isso há uma pomposidade na maneira de discursar que acho uma coisa velha e poeirenta. Hoje todos acompanhamos a política lá fora. É uma grande tradição sobretudo na área anglo-saxónica, dos Churchils aos Lincolns.
Leia a entrevista na íntegra na edição de fim de semana do jornal i, já disponível nas bancas