Há Verão na ilha (parte 1)


Agosto é assim um mês especial, talvez pelo facto de ser vivido por uma imensa maioria em modo descontraído, onde a única preocupação latente é querer aproveitá-lo ao máximo. Dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo


Começou ontem aquele que, indubitavelmente é o mês mais lindo do ano. Digam lá o que disserem, há sempre em cada ano que passa uma magia única e intensa que se manifesta em Agosto e que é pura e simplesmente irrepetível noutro qualquer dos restantes onze meses do ano.

Talvez por se atingir nesta época do ano o clímax daquela que é, para mim, a melhor das quatro estações do ano. O Verão. Por vezes, bem sei, quando o calor aperta fazendo subir o termómetro para valores irrespiráveis de 40 ou mais graus centígrados, ficamos irritados e desejamos que ele termine e que venha rapidamente o frio… Nada de mais falso, chamando-se a isto, uma reacção literalmente a quente que não corresponde minimamente à verdade.      

Talvez também por ser nessa época que a maioria das pessoas pára a sua actividade laboral e goza em plenitude (uns mais do que outros…) de um dos seus direitos laborais mais importantes e fundamentais à manutenção do equilíbrio emocional, psicológico e físico, através do descanso irrenunciável que são os momentos de Férias.

Talvez ainda por ser nesta altura que as escolas interrompem totalmente a sua actividade para alegria dos respectivos alunos que desde a pré-primária vão aprendendo a compreender em sentido prático o que significa a estar de Férias, em especial, nas Férias Grandes! 

Talvez porque é igualmente nesse mês que os nossos concidadãos que se encontram a residir e a trabalhar por este mundo fora, regressam – maioritariamente em Agosto – a Portugal e às suas origens locais onde gozam as suas Férias, trazendo consigo uma alegria contagiante e uma satisfação sentimental fortíssima por estarem de regresso ao seu que é igualmente nosso Portugal.

Agosto é assim um mês especial, talvez pelo facto de ser vivido por uma imensa maioria em modo descontraído, onde a única preocupação latente é querer aproveitá-lo ao máximo. Dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo.

E mesmo aqueles que não têm a mesma opinião veraneante, ironicamente Agosto está sempre presente, pois cada um terá certamente o seu Verão a gosto…

Para mim Agosto é Algarve. O meu Algarve!

Tenho uma felicidade imensurável de ser natural de uma das mais autênticas e genuínas cidades algarvias. A belíssima e única Cidade de Olhão da Restauração. Única em tudo. Na arquitectura, onde o cubismo salta à vista de forma imponente e que tantas vezes foi retratado pelos maiores nomes da arte contemporânea portuguesa, como por exemplo, a enorme e saudosa Maluda que tão bem o retratou na sua obra. A Ria Formosa que atinge a sua máxima dimensão ali mesmo em frete aos Mercados Municipais que, por sua vez, são em si mesmos outra das suas referências maiores.

A Ria é, pois, uma parte inseparável da minha própria existência. Não concebo praia sem a sua travessia, de barco ou a pé – nas zonas em que tal é possível -, rumo aos magistrais cordões dunares que a protegem (enquanto o Homem as preservar em vez de as destruir…) do mar, imenso mar oceânico virado a sul e temperado por águas cálidas pelas correntes mediterrâneas vizinhas. E pelo especial contributo do chamado “levante” proveniente do norte de África, que significa levantar, erguer em direcção ao sol nascente, aquecendo exponencialmente o mar de toda a costa do sotavento algarvio.  

São as nossas ilhas as nossas maiores pérolas. Cada uma com os seus encantos, ao longo de uma extensão costeira com mais de 50 quilómetros de comprimento, compreendidos entre o Vale do Garrão e a Península de Cacela. Gosto particularmente de todas e todas frequento, sem nunca ficar decepcionado.

Mas, como tudo na vida, há uma em especial que se destaca das demais…

Desde logo, por ostentar no seu coração um edifício monumental que se avista ao longe a partir de vários locais e freguesias de Olhão, de Faro e de Loulé. À noite faz-se notar luminoso, quer em terra, quer no mar para lá do cabo mais a sul de Portugal que é o de Sta. Maria. Tem ainda uma importante função de referência e de guia a todos aqueles que, diariamente trazem consigo – resultado do seu árduo e louvável trabalho – as melhores iguarias que chegam ao nosso prato e que só o mar nos consegue fornecer. 

O Farol, sendo a luz da Ria Formosa, dispensa no entanto ser pronunciado quando à ilha nos referimos. Bastando muito simplesmente dizer “iIha” para que qualquer pessoa oriunda ou meramente residente nesta maravilhosa zona do rectângulo algarvio a identifique sem qualquer dificuldade como sendo a ilha do Farol.

Acabado de aqui chegar neste dia 1 em que escrevo este apontamento, será por cá que estarei – a gosto – o mês inteiro, todos e cada um dos seus 31 dias.

Na ilha onde há Verão.

Na ilha onde há Sol.

Na ilha onde há Calor.

Na ilha que é Farol

Na ilha onde mais há Mar…

Na ilha do Mar-a-mais!

 

Manuel J. Guerreiro

Há Verão na ilha (parte 1)


Agosto é assim um mês especial, talvez pelo facto de ser vivido por uma imensa maioria em modo descontraído, onde a única preocupação latente é querer aproveitá-lo ao máximo. Dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo


Começou ontem aquele que, indubitavelmente é o mês mais lindo do ano. Digam lá o que disserem, há sempre em cada ano que passa uma magia única e intensa que se manifesta em Agosto e que é pura e simplesmente irrepetível noutro qualquer dos restantes onze meses do ano.

Talvez por se atingir nesta época do ano o clímax daquela que é, para mim, a melhor das quatro estações do ano. O Verão. Por vezes, bem sei, quando o calor aperta fazendo subir o termómetro para valores irrespiráveis de 40 ou mais graus centígrados, ficamos irritados e desejamos que ele termine e que venha rapidamente o frio… Nada de mais falso, chamando-se a isto, uma reacção literalmente a quente que não corresponde minimamente à verdade.      

Talvez também por ser nessa época que a maioria das pessoas pára a sua actividade laboral e goza em plenitude (uns mais do que outros…) de um dos seus direitos laborais mais importantes e fundamentais à manutenção do equilíbrio emocional, psicológico e físico, através do descanso irrenunciável que são os momentos de Férias.

Talvez ainda por ser nesta altura que as escolas interrompem totalmente a sua actividade para alegria dos respectivos alunos que desde a pré-primária vão aprendendo a compreender em sentido prático o que significa a estar de Férias, em especial, nas Férias Grandes! 

Talvez porque é igualmente nesse mês que os nossos concidadãos que se encontram a residir e a trabalhar por este mundo fora, regressam – maioritariamente em Agosto – a Portugal e às suas origens locais onde gozam as suas Férias, trazendo consigo uma alegria contagiante e uma satisfação sentimental fortíssima por estarem de regresso ao seu que é igualmente nosso Portugal.

Agosto é assim um mês especial, talvez pelo facto de ser vivido por uma imensa maioria em modo descontraído, onde a única preocupação latente é querer aproveitá-lo ao máximo. Dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo.

E mesmo aqueles que não têm a mesma opinião veraneante, ironicamente Agosto está sempre presente, pois cada um terá certamente o seu Verão a gosto…

Para mim Agosto é Algarve. O meu Algarve!

Tenho uma felicidade imensurável de ser natural de uma das mais autênticas e genuínas cidades algarvias. A belíssima e única Cidade de Olhão da Restauração. Única em tudo. Na arquitectura, onde o cubismo salta à vista de forma imponente e que tantas vezes foi retratado pelos maiores nomes da arte contemporânea portuguesa, como por exemplo, a enorme e saudosa Maluda que tão bem o retratou na sua obra. A Ria Formosa que atinge a sua máxima dimensão ali mesmo em frete aos Mercados Municipais que, por sua vez, são em si mesmos outra das suas referências maiores.

A Ria é, pois, uma parte inseparável da minha própria existência. Não concebo praia sem a sua travessia, de barco ou a pé – nas zonas em que tal é possível -, rumo aos magistrais cordões dunares que a protegem (enquanto o Homem as preservar em vez de as destruir…) do mar, imenso mar oceânico virado a sul e temperado por águas cálidas pelas correntes mediterrâneas vizinhas. E pelo especial contributo do chamado “levante” proveniente do norte de África, que significa levantar, erguer em direcção ao sol nascente, aquecendo exponencialmente o mar de toda a costa do sotavento algarvio.  

São as nossas ilhas as nossas maiores pérolas. Cada uma com os seus encantos, ao longo de uma extensão costeira com mais de 50 quilómetros de comprimento, compreendidos entre o Vale do Garrão e a Península de Cacela. Gosto particularmente de todas e todas frequento, sem nunca ficar decepcionado.

Mas, como tudo na vida, há uma em especial que se destaca das demais…

Desde logo, por ostentar no seu coração um edifício monumental que se avista ao longe a partir de vários locais e freguesias de Olhão, de Faro e de Loulé. À noite faz-se notar luminoso, quer em terra, quer no mar para lá do cabo mais a sul de Portugal que é o de Sta. Maria. Tem ainda uma importante função de referência e de guia a todos aqueles que, diariamente trazem consigo – resultado do seu árduo e louvável trabalho – as melhores iguarias que chegam ao nosso prato e que só o mar nos consegue fornecer. 

O Farol, sendo a luz da Ria Formosa, dispensa no entanto ser pronunciado quando à ilha nos referimos. Bastando muito simplesmente dizer “iIha” para que qualquer pessoa oriunda ou meramente residente nesta maravilhosa zona do rectângulo algarvio a identifique sem qualquer dificuldade como sendo a ilha do Farol.

Acabado de aqui chegar neste dia 1 em que escrevo este apontamento, será por cá que estarei – a gosto – o mês inteiro, todos e cada um dos seus 31 dias.

Na ilha onde há Verão.

Na ilha onde há Sol.

Na ilha onde há Calor.

Na ilha que é Farol

Na ilha onde mais há Mar…

Na ilha do Mar-a-mais!

 

Manuel J. Guerreiro