Fazer o Reino Unido great again? Boris lá!


Felizmente, como a liberdade e a democracia tendem a triunfar em sociedades que prezam tais valores, temos um primeiro-ministro à altura das exigências deste tempo histórico: Boris Johnson.


1. Finalmente, o Reino Unido parece retomar a imagem que o mundo dele reserva há muito: um Estado que reconhece a relevância absolutamente fundamental da presença global num mundo que se foi interconectando progressivamente, mas que não abdica de afirmar a sua identidade e o orgulho na sua peculiarmente extraordinária (e extraordinariamente peculiar) nação. Um povo que bem conhece a sua história (passada) e que quer escrever bem a sua história (futura). É uma questão incontroversa que o Reino Unido vive uma fase de indefinição, de turbulência política e alguma inquietação social – mas os pontos de viragem no percurso multissecular dos povos são assim mesmo: comungam destas características que desprezamos, embora saibamos que são inevitáveis para voltar aos tempos áureos. No pain, no gain.

2. Há quem diga que por terras de sua majestade há o risco de um político com um ar que evoca passados não tão gloriosos (e bárbaros), que aparenta alguma excentricidade, que não tem noção da política e das suas regras democráticas e pluralistas, que decidiu acolher causas populistas radicais de cunho autoritário e totalitário no passado, prometendo mesmo reeditá-las no tempo que vivemos. Não, não se trata de mera efabulação pessimista dos céticos do costume: é mesmo verdade. Infelizmente, o Reino Unido tem um político desprezível e que se julga um “pequeno tiranete” no primeiro plano da cena política nacional – é verdade. Há uma personalidade – que partilha o palco do protagonismo cimeiro da política nacional com um patriota que agora desponta – que é um verdadeiro perigo para o povo britânico, para a Europa e para o mundo. Adivinha quem é, caro(a) leitor(a)? Ora, pense lá… Isso mesmo! Consegue acertar?

3. Acertou! O Reino Unido tem uma figura política rigorosamente sinistra e altamente perigosa para todos nós – Corbyn. Jeremy Corbyn – eis o nome do político britânico que quer ser um pequeno tirano, extremista, hipócrita e xenófobo genuíno (em suma: um socialista). Felizmente, como a liberdade e a democracia tendem a triunfar em sociedades (como a britânica) que prezam tais valores, inscrevendo-os no seu código genético, temos um primeiro-ministro que está à altura das exigências deste tempo histórico: Boris Johnson – o político irreverente, desassombrado e de convicções, que pensa política muito bem, sem prejudicar, porém, a capacidade de ação – é o novo primeiro-ministro britânico. Eis, portanto, a melhor notícia para a Europa (que não para a União Europeia, dominada por burocratas capturados pelo “esquerdismo reles”) desde há muito. Não deixa de ser muito curioso que os jornalistas e comentadores do regime logo trataram de desqualificar o primeiro-ministro Boris Johnson: o cabelo louro despenteado faz lembrar um “doido”, o homem discutiu com a namorada em casa, o homem é um “racista” (tinha de ser!) e tem o apoio dos “neonazis” (ora! outro clássico!). Quem não vem da esquerda, para os nossos média, é intrinsecamente pecaminoso; quem vem da esquerda, é um ser excecional por natureza. O que vale é que já poucos os levam a sério…

4. Outra originalidade da comunicação social portuguesa: há um comentador que diz uma banalidade ou uma asneira qualquer e logo essa banalidade ou asneira é repetida à exaustão por todos os comentadores que aparecem na televisão. Até Paulo Portas – que é, com elevada probabilidade, o político português com maior densidade intelectual – repetia as mesmas ideias comuns que outros comentadores já tinham referido ao longo da semana. Mais: Luís Marques Mendes, praticamente à mesma hora, afirmou exatamente o mesmo que Paulo Portas sobre a situação política espanhola e britânica. É mais uma originalidade portuguesa: há uma multidão de comentadores para uma limitação de comentários. Ora, qual foi a ideia que foi repetida à exaustão na última semana pelos comentadores da esquerda – e da direita que se fez esquerda? A de que Boris Johnson não é o Presidente Donald Trump, não se pode confundir! Ora, o elogio que o primeiro-ministro britânico mais aprecia é precisamente ser comparado com o Presidente Donald Trump – Boris Johnson é um grande amigo e ainda maior fã do Presidente dos EUA (como, aliás, o são todas as pessoas sensatas, inteligentes, moderadas, modernas, patriotas e que estão do lado certo da História). Só mesmo em Portugal é que se perde tempo com futilidades como esta discussão (porque os média têm de encontrar narrativas para desviar as atenções do incompetente Costa e das negociatas do seu partido, até aproveitando os incêndios…).

5. Por outro lado, os comentadores – com Paulo Portas e Marques Mendes a repetirem esta mesma ideia ontem – afirmaram que Boris Johnson tem uma dimensão intelectual que Donald Trump não tem, porque o britânico estudou numa das melhores escolas inglesas. Ora, se é para comparar, temos de ser rigorosos na comparação: o Presidente Donald Trump – uns não sabem, outros escondem propositadamente – é formado pela Wharton School of Finance, integrada na Universidade da Pensilvânia (UPenn). Esta escola é apenas uma das melhores de gestão a nível mundial e faz parte da Ivy League, a elite do ensino universitário norte-americano. Ademais, quer Boris Johnson quer o Presidente Donald Trump escreveram livros de qualidade: o primeiro tem uma excelente biografia de Winston Churchill e duas outras obras de leitura muito agradável (The Dream of Rome; Johnson’s Life of London: The People Who Made the City That Made the World); o Presidente Trump escreveu o bestseller internacional The Art of the Deal, que já é uma referência – para além de um dos livros políticos mais importantes e estimulantes (entre nós desconhecido, vide o nosso Dia D – O Dia de The Donald”, Ideia-Fixa, 2018), intitulado Time to Get Tough, de 2012. Para além – claro! – dessa bíblia que é sempre um excelente presente para oferecer aos seus amigos esquerdistas: Great Again, de 2016 (publicado em português pela Editorial Presença, com o título Grande Outra Vez – Como Devolver a Grandeza à América).

6. Em conclusão: atendendo às primeiras intervenções de Boris Johnson, às suas escolhas para cargos ministeriais, à sua firmeza de rumo, acreditamos que, tal como o Presidente Donald Trump, ele devolverá o sentimento de autoconfiança e crença ao povo britânico. Boris lá fazer o Reino Unido grande outra vez!

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