Fitch. Petrolíferas voltam a ter interesse na África subsariana

Fitch. Petrolíferas voltam a ter interesse na África subsariana


Relatório da Fitch


A consultora Fitch prevê um renovado interesse das petrolíferas internacionais nos mercados emergentes, como a África subsariana. Este interesse irá traduzir-se num aumento de exploração nessas zonas.

“A recuperação do preço do petróleo vai oferecer algum alívio à África subsariana, que está entre as regiões mais atingidas pela recente descida global do preço das matérias-primas", lê-se no relatório da consultora sobre petróleo e gás em Moçambique.

"Nos próximos trimestre, esperamos que as companhias internacionais de petróleo e gás mostrem um renovado interesse nos mercados de fronteira, o que se vai traduzir num aumento das atividades de exploração, sustentado também por melhores balanços empresariais e por uma canalização dos melhores resultados financeiros para estas atividades”, acrescenta o documento, citado pela agência Lusa.

Mas a Fitch deixa um alerta: “serão precisos investimentos novos substanciais para compensar as taxas de declínio da produção de petróleo em toda a região".

 Já no gás, as perspetivas são mais positivas: a produção, dizem os analistas, "vai ter um forte ganho nos próximos dez anos, sustentado pelo desenvolvimento dos grandes recursos de gás descobertas na África Oriental e Ocidental".

Gasoduto em Moçambique?

O relatório fala também sobre a construção de um gasoduto entre o norte de Moçambique e a África do Sul, um cenário que a Fitch considera cada vez mais imporvável.

“O gasoduto proposto, que iria desde o norte de Moçambique até à África do Sul, cruzando Moçambique de norte a sul, enfrenta riscos consideráveis já que nem o mercado interno moçambicano nem o mercado sul-africano, de destino, oferecem níveis suficientes de procura para sustentar a viabilidade dos projetos”, lê-se no documento.

A Fitch salienta que "existe um risco significativo de atrasos no projeto devido à falta de investidores nos dois países; um gasoduto de 2.600 quilómetros é oneroso e terá de ter uma considerável capacidade para conseguir potenciar as necessárias economias de escala".

O consultora diz que o governo de Moçambique tem "planos ambiciosos para desenvolver uma economia gasista, incluindo propostas para centrais energéticas e de fertilizantes e metanol", mas "a viabilidade económica de vários destes projetos são desfavoráveis, por isso uma indústria baseada no gás terá uma evolução lenta".