"Isto é mesmo verdade?" É assim que começa a mensagem publicada este sábado por Rui Rio na sua conta de Twitter, aludindo à notícia avançada pelo "Jornal de Notícias" que dava conta da compra por parte da Proteção Civil de golas antifumo feitas de material inflamável pela empresa Foxtrot Aventura, detida pelo marido de uma autarca socialista, a mais do dobro do seu valor de mercado.
"Isto é mesmo verdade? Uma empresa de turismo, criada há poucos meses pelo marido de uma autarca do PS, vende um produto inflamável para usar durante os incêndios a preços muito superiores aos de mercado?", escreveu o líder social-democrata. Na sexta-feira, recorde-se, Rui Rio já tinha recorrido àquela rede social para manifestar incompreensão pela entrega de material inflamável a quase duas mil povoações ao abrigo do programa de autoproteção das populações "Aldeia Segura – Pessoas Seguras".
Isto é mesmo verdade? Uma empresa de turismo, criada há poucos meses pelo marido de uma autarca do PS, vende um produto inflamável para usar durante os incêndios a preços muito superiores aos de mercado? https://t.co/LfetORTB0P
— Rui Rio (@RuiRioPSD) 27 de julho de 2019
Na publicação de Rio é possível ler que a empresa Foxtrot Aventuras, fabricante que recebeu 328 mil euros pelo fornecimento dos kits de emergência – dos quais 125 mil foram para a produção de 70 mil golas -, foi constituída em dezembro de 2017 e é detida por Ricardo Fernandes, marido de uma autarca do PS de Guimarães.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) terá dado 1,80 euros, num total de 125 706 euros, pela compra das golas. O "JN" escreve que o valor por peça ronda entre 63 e os 74 cêntimos (com IVA). Entretanto, a empresa já esclareceu que o montante cobrado se deveu à urgência na entrega dos produtos e à dimensão da encomenda, enquanto a ANEPC assegurou que a Foxtrot Aventura foi a única, de um total de cinco empresas convidadas, a apresentar uma proposta.