1. Nós temos vindo a alertar sucessivamente aqui, neste nosso espaço no i, que o Irão é uma ameaça real à segurança internacional. Não é de hoje, nem sequer poderá esta nossa asserção gerar surpresa, dúvidas ou perplexidade: há muito que o regime dos aiatolas se assume como o “monstruoso Satã” que espalha ódio contra o Ocidente, o nosso estilo de vida, os nossos princípios de organização societária mais básicos – enfim, contra a nossa liberdade. Os aiatolas iranianos – enclausurados que estão, intelectual e politicamente, no seu radicalismo feito de ódio e alimentado pelo fanatismo assassino – são os autores morais dos atos terroristas bárbaros que vitimaram centenas de concidadãos aqui na Europa, desde Madrid a Berlim, passando por Paris e Nice. São os pais dos terroristas do Hezbollah que vão espalhando o ódio e a morte no Líbano, criando uma situação caótica na região com repercussões não despiciendas para a Europa e para a segurança de todos nós.
2. São os aiatolas que alimentam o Hamas, cuja profissão é criar um Estado profissionalizado na arte odiosa de matar todos os que não professam a sua ideologia de terror, agredindo permanentemente a única democracia do Médio Oriente: Israel. O ódio do Hamas – devidamente alimentado pelo Irão – contra Israel não se deve a uma pretensa “violação de direitos históricos”, “usurpação territorial” ou apenas ao seu ódio aos judeus: é, também e sobretudo, uma posição de força contra a democracia, a liberdade, a tolerância, a diversidade. Os aiatolas não fazem questão de esconder que o seu objetivo derradeiro é a destruição da civilização ocidental (e sim, são os próprios que empregam esta expressão, sem os temores de reverência ao politicamente correto que existem entre nós…). E tudo farão para o conseguir – e os políticos europeus cobardes lá vão alegremente fazendo o jogo dos terroristas aiatolas, colocando em perigo os povos europeus.
3. Infelizmente, os portugueses ainda não dão a devida relevância a assuntos de política internacional, julgando que se trata de assunto distante, com efeitos longínquos, insuscetíveis de se repercutirem em território nacional. O que sucede lá no Irão fica lá no Irão. No entanto, perante a complexidade do mundo em que vivemos, qualquer ameaça ao equilíbrio securitário internacional tende a repercutir-se em qualquer ponto do globo, por mais distante que ele seja. Portugal não está imune: tal ficou provado na passada semana com a decisão do Governo geringonçado de suspender a emissão de vistos a cidadãos iranianos. O ministro Augusto Santos Silva explicou, respondendo a interpelação de deputado, que se tratou de decisão fundada em razões de segurança nacional. Santos Silva, em estilo acutilante e correto, terá mesmo asseverado que Portugal não brinca com as suas fronteiras (até parece que Augusto Santos Silva é um ET que acabou de aterrar na geringonça…). É assim: quando o Presidente Donald Trump, munido de informação dos serviços de informação norte-americanos e baseando-se em projeto que o Presidente Obama lhe havia deixado, aprovou o programa de suspensão de vistos a cidadãos oriundos de Estados islâmicos com problemas sérios de terrorismo nas suas fronteiras, a esquerda europeia (e, infelizmente, não foi só a esquerda) mobilizou-se na tentativa de colagem do rótulo de fascista e xenófobo ao Presidente dos EUA; aqui, temos um ministro da geringonça que aprova uma medida com o mesmo teor – e todos concordamos. Ninguém se atreve a discutir o caráter democrático de tal decisão, no exercício de um poder-dever do Governo nacional consistente na promoção do interesse de Portugal e da segurança do povo português.
4. O problema é que Augusto Santos Silva ainda é uma réstia de racionalidade num universo paralelo de irracionalidade política que é a geringonça. Pois bem, o que sucedeu posteriormente? Augusto Santos Silva desapareceu de cena e surgiram as “fontes” do Ministério dos Negócios Estrangeiros – como era previsível, as “fontes” da geringonça mudaram a história. Afinal, está tudo bem entre Portugal e o Irão (apesar de existirem indícios claros, pelo que apurámos, obtidos pelas secretas norte-americanas, portuguesas, francesas e israelitas, de que o nosso país está a ser utilizado como palco para a montagem e/ou execução de novo atentado terrorista na Europa, patrocinado por altas esferas do poder iraniano), os dois países continuam muito amiguinhos, tendo a suspensão sido motivada somente por questões funcionais ligadas a “obras” na embaixada de Portugal em Teerão. Portanto, o ministro Santos Silva afirmou que Portugal não brinca com as suas fronteiras; no dia seguinte, “fontes” do seu ministério esclarecem que a suspensão se deve, vá, a…uma empreitadazinha lá nos serviços consulares… Mas estão a gozar connosco? Evidentemente, a afirmação verdadeira é a do ministro Santos Silva – porque foi a primeira, logo genuína, para além de ser assumida pelo mais alto diplomata da nação.
5. Porquê esta tentativa de criar uma narrativa alternativa, inventando a justificação das obras na embaixada? Fácil: porque a suspensão dos vistos a cidadãos iranianos gerou a oposição feroz do Bloco de Esquerda, do PCP e até de membros do PS (ao que o PS chegou!). Note-se que o novo embaixador do Irão em Lisboa teve como um dos primeiros atos oficiais uma reunião com Bernardino Soares (o autarca comunista de Loures) e a visita a uma exposição neste município liderado pelos comunistas. Ou seja, entre defender os portugueses ou defender os seus amigos ideológicos terroristas, a esquerda portuguesa não hesita: prefere alinhar-se com os terroristas, camaradas políticos. Se necessário for, a esquerda portuguesa até está disposta a fechar os olhos a – porventura, a permitir por omissão – um atentado terrorista do islamismo radical entre nós. Entre salvar portugueses ou salvar regimes terroristas amigos, a esquerda portuguesa (e o PS está incluído!) prefere salvar regimes terroristas amigos. Por outro lado, chegou-nos a informação de que a Rússia exerceu pressões ao mais alto nível político – tendo chegado ao primeiro-ministro, António Costa – para que Portugal levantasse a suspensão à emissão de vistos a cidadãos iranianos. A geringonça vai ceder: afinal de contas, a Rússia utilizou o argumento António Guterres – os diplomatas russos não se coíbem de relembrar a Santos Silva e sua equipa que Portugal lhes deve a eleição de António Guterres para a ONU…
6. Em suma: mais uma vez, a esquerda radical – com o beneplácito do PS – coloca-se ao lado do terrorismo radical. Tudo em nome de conceções ideológicas extremistas que continua a perfilhar. Mais depressa este Governo bate nos nossos polícias, nos nossos agentes do SEF do que condena o incentivo do regime dos aiatolas à organização de atentados terroristas entre nós. Os portugueses ficam a saber mais uma vez: este Governo não os defende; defende-se a si próprio e ao seu poder. Quanto a nós, apenas temos uma mensagem para os aiatolas: fiquem bem longe de Portugal. O vosso desprezível regime está a acabar.
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Escreve à terça-feira